O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, disse
nesta segunda-feira (16) que “o mundo inteiro” observa a movimentação
da política brasileira em torno do novo Código Florestal.
A reportagem é de Eduardo Carvalho e publicado pelo Globo Natureza, 16-04-2012.
Steiner disse que
apesar da questão ser de “política interna”, a decisão tomada poderá
enviar um sinal positivo ou negativo sobre o país à comunidade
internacional. Ele participou de evento sobre governança ambiental e a
Rio+20, promovido no Rio de Janeiro pelo ministério do Meio Ambiente.
A Rio+20 é a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que
acontece em junho no Rio, e que já tem cem chefes de Estado confirmados
para discursar na plenária principal, de acordo com o Itamaraty.
“O mundo inteiro está olhando para o
Brasil hoje, querendo saber o que vai acontecer no Código Florestal (…) É
uma questão de política interna, que cabe aos brasileiros decidir, mas o
país também pode mandar um enorme sinal sobre sua liderança no
progresso sustentável ao longo dos últimos 20 anos, que pode ser
consolidado ou sofrer um revés”, explica.
Amazônia em foco
Para o diretor do Pnuma,
programa que pleiteia na Rio+20 a chance de se tornar uma agência
especializada — que terá poder de reger políticas globais ambientais —
existe uma preocupação externa sobre o impacto das mudanças da lei na
Amazônia. “O Código Florestal pode reduzir o valor do ecossistema
amazônico (…) Mas não sou eu quem vai julgar isto. Acho que o mundo não
deveria intervir em um processo democrático interno, mas ele [os países]
têm direito de definir quais são suas políticas preferidas para o
Brasil”, explica.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que
também participou do encontro no país não fez comentários sobre a
votação do Código Florestal, que segue em negociação no Senado. Ela
afirmou que falaria apenas quando o relatório em análise no Congresso
estivesse pronto.
No entanto, Izabella afirmou
que o Brasil precisa reestruturar a governança ambiental nacional
(políticas voltadas para o meio ambiente), que, para ela, já está
“vencida”. “O sistema está vencido em face aos desafios recentes. O
debate sobre o Pnuma nos instiga e nos coloca um dever de casa”, disse a
ministra.
Até amanhã, amig@s!
Fonte: IHU
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