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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Energia solar pode se tornar competitiva em dez anos


Um novo estudo da empresa norte-americana de consultoria McKinsey revelou aquilo que muitos defensores das energias renováveis torcem para que aconteça: em dez anos, a solar pode se tornar competitiva em relação às fontes convencionais, batendo de frente com opções poluidoras e perigosas como o carvão e a energia nuclear.

Novo relatório da empresa de consultoria McKinsey estima que até 2020 preço da energia solar pode cair para US$ 1 por watt, e a capacidade instalada da indústria pode aumentar de 400 GW a 600 GW no mesmo período
De acordo com a pesquisa da McKinsey, esse período de tempo poderá ser ainda menor em países com condições mais favoráveis, onde haja grande capacidade solar fotovoltaica (PV) a ser desenvolvida. Nessas nações, a competitividade com as fontes fósseis pode se tornar realidade em cerca de dois a três anos.
Krister Aanesen, autor do relatório, observou que a redução dos custos com o aumento da escala, as melhorias nos processo de fabricação e uma maior eficiência na cadeia de suprimentos estão ajudando a alimentar esse cenário; prova disso é que nos últimos sete anos, os custos de produção da energia solar caíram cerca de 75%.
“Os preços pagos pela [energia] solar provavelmente continuarão a cair, mas as vendas devem aumentar à medida que se torna economicamente viável para um número crescente de consumidores”, comentaram analistas da consultoria.
“O aspecto mais interessante é que os custos vão cair por causa de estímulos industriais clássicos, não devido a grandes avanços tecnológicos. Qualquer avanço maior simplesmente representaria um adendo”, declarou Aanesen ao BusinessGreen.
Com esse panorama favorável à queda dos preços, o autor do estudo prevê que a redução nos custos continue acontecendo em uma taxa de 10% até 2020. E, segundo a pesquisa, o grande condutor dessa diminuição de preços será o setor residencial.
“Nossa análise sugere que até o final da década, os custos podem diminuir para US$ 1 por watt-pico (Wp) para um sistema residencial totalmente instalado. Mas mesmo se os custos só caírem para US$ 2 por Wp, a indústria provavelmente ainda instalará mais 400 GW a 600 GW de capacidade PV entre agora e 2020”, afirmou o relatório.
Além dos países desenvolvidos, que já são um mercado estabelecido para a indústria solar, o estudo indica que a segunda maior oportunidade do setor solar reside agora nas nações emergentes, principalmente nas grandes economias como o Brasil, a China e a Índia. Nestes países, a capacidade solar deve aumentar entre 150 GW e 250 GW até 2020.
“O rápido crescimento da geração distribuída poderia mexer com a indústria regulamentada em países que pertencem à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em países que não são da OCDE, a geração distribuída (em combinação com soluções de armazenamento baratas) poderia levar eletricidade a milhões de pessoas pobres que moram em áreas rurais, melhorando grandemente seu padrão de vida”, disse o documento.
No entanto, ainda há nuvens tempestuosas escurecendo este futuro brilhante para a energia solar. Aanesen explica que entre os maiores problemas do mercado atualmente estão os cortes e reduções a subsídios governamentais para o setor solar e o excesso de empresas que se dedicam a essa indústria no mercado.
“Ainda há uma posição de excesso de capacidade em um mercado muito competitivo. Haverá uma reestruturação e algumas firmas simplesmente desaparecerão… em termos de demanda o panorama é muito incerto, já que a demanda conduzida por subsídios acabará e é difícil prever quando uma demanda sem subsídios vai surgir. Não sabemos exatamente quando ela virá, mas ela virá”, enfatizou Aanesen.
Mas apesar das incertezas, o relator do documento avalia que os resultados atuais são melhores do que o esperado há alguns anos, e que para as empresas que aumentarem suas chances de sobrevivência se diferenciando no mercado, as expectativas são boas.
“Aqueles que acreditam que o potencial da indústria solar tem esmaecido podem ficar surpresos. As companhias que derem os passos certos agora podem se posicionar em um futuro brilhante nos próximos anos”, elucida.
“Em termos de custos, estamos em um ponto em 2012 onde achei que estaríamos em 2020. O ritmo das reduções de custo tem sido incrível. Quando as companhias estiverem construindo novas infraestruturas de energia, a solar será uma opção competitiva em uma década”, concluiu Aanesen.

Até amanhã, amig@s !
 
  Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências internacionais

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