A construção de barragens na região da
Amazônia Andina poderá provocar danos ambientais nas cabeceiras dos
rios, ameaçando a biodivesidade de bacias hidrográficas que ligam os
Andes à Amazônia, afirma estudo publicado nesta semana na revista “PLoS
One”.
De acordo com a publicação, elaborada
por organizações ambientais, além de pesquisadores do Centro para Leis
Internacionais de Meio Ambiente e da Universidade da Carolina do Norte,
dos Estados Unidos, nas seis bacias hidrográficas que abrangem Bolívia,
Brasil, Colômbia, Equador e Peru está prevista a construção de 150
usinas hidrelétricas.
Mais da metade delas vai gerar mais de
100 MW e cerca de 40% dos projetos já estão em estágio avançado de
construção. Em um ranking elaborado pelos pesquisadores, metade dos
empreendimentos são considerados de alto impacto ambiental.
A pesquisa afirma ainda que 60% das 150
barragens provocariam uma grande ruptura na conectividade dos rios
amazônicos, ameaçando a várzea da região.
Rompimento ecológico
De acordo com Matt Finer, do Centro para
Leis Internacionais de Meio Ambiente, os resultados são preocupantes já
que existe uma “ligação fundamental entre a Cordilheira dos Andes e a
planície Amazônica”.
Para ele, parece não existir
planejamento estratégico sobre possíveis consequências do rompimento de
uma conexão ecológica que existe há milhares de anos”.
A região dos Andes fornece a grande
maioria dos sedimentos, nutrientes e matéria orgânica para a várzea
amazônica, que, segundo a pesquisa, é um dos ecossistemas mais
produtivos do planeta. Muitas espécies de peixes dessa bacia
hidrográfica viajam longas distâncias para locais próximos à cordilheira
onde desovam e se reproduzem.
Os autores afirmaram no estudo que mais
de 80% dos empreendimentos contribuíram para a redução da cobertura
vegetal devido à construção de estradas, linhas de transmissão ou mesmo
por áreas inundadas.
Até amanhã, amig@s!
Fonte: G1
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