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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Óleo que vazou no Rio pode contaminar Baía de Guanabara.

O petróleo que há 23 dias vaza na Bacia de Campos pode atingir o litoral do Rio de forma jamais imaginada pelos especialistas. Trazido do oceano em barcos, o óleo recolhido no mar foi depositado no galpão de uma empresa na Baixada Fluminense. Parte dele escoou por ralos para valas de esgoto que acabam desaguando na já poluída Baía de Guanabara, na altura do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Baía da Guanabara, antes de ser contaminada com vazamento de óleo pela Chevron. Fonte: Anuncio Express.

“Com certeza os responsáveis pela Contecom (empresa subcontratada para armazenar a água oleosa – mistura de água salgada e petróleo) serão autuados. Pode ser mais de um crime ambiental”, afirmou o delegado da Polícia Federal (PF) Fábio Scliar.
O delegado citou três artigos da Lei do Meio Ambiente em que a empresa pode ser enquadrada: causar poluição que possa resultar em danos à saúde ou provoque mortandade de animais ou destruição da flora; ter em depósito substância tóxica, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis; fazer funcionar estabelecimentos ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais.
Segundo ele, a americana Chevron, que havia contratado a empresa Brasco Logística Offshore, responsável pela subcontratação da Contecom, “não necessariamente será imputada”.
As dependências da empresa Contecom foram vistoriadas na noite de anteontem por agentes federais. Uma funcionária já prestou depoimento e, segundo o delegado, foi liberada após pagar fiança. Ainda não se sabe quanto petróleo escapou para os cursos d’água que seguem rumo aos Rios Sarapuí, Iguaçu e Estrela, já totalmente poluídos.
Até a Baía de Guanabara, o percurso médio entre a sede da empresa e o ponto em que os rios se encontram com os manguezais da baía é de 5 km.

Ave atingida por mancha de óleo em vazamento. Fonte: SOS Rios do Brasil.

Os registros da empresa indicam que nos dias 21 e 22 o galpão recebeu dois carregamentos, que somavam 80 mil litros de água oleosa, enviados em caminhões pela Brasco. A Contecom faria o tratamento da mistura.
O advogado da Contecom, Bruno Rodrigues, disse ontem que não houve vazamento do óleo armazenado na “piscina” do galpão. Ele negou que a água oleosa tenha escorrido pelos ralos. Segundo ele, a empresa não separaria água e petróleo. Seria tarefa de outra empresa “parceira”.
“A PF está investigando e quer saber o destino do óleo. Só que se complicou nesta história porque a Contecom não trata o óleo, só armazena e repassa. Então, não houve vazamento, isso não existe. Estão falando muitas coisas com base em achismo. Não há prova pericial”, disse o advogado.
De acordo com os peritos da PF, o óleo vazou por pelo menos um buraco na barreira de contenção da “piscina”, que estava visualmente lotada, apesar de a capacidade anunciada ser de 90 mil litros. Ao ultrapassar a barreira, a mistura escorreu pelo pátio, em direção aos ralos. Dali atingiu as galerias pluviais e as redes clandestinas de esgotos.

Até amanhã, amig@s!

Fonte: Estadão

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Especialistas temem impactos climáticos nos aquíferos.

Quando se trata de mudanças climáticas, sabemos que uma das consequências do fenômeno é a alteração da precipitação de chuvas e o aumento ou diminuição do fluxo dos rios. Mas quase nunca paramos para pensar que os aquíferos subterrâneos, algumas das principais fontes de abastecimento hídrico, também poderão ser fortemente impactados pelas mudanças climáticas.
Por isso, durante o I Congresso Internacional “O futuro da água no Mercosul”, que aconteceu no início de novembro em Florianópolis, especialistas em recursos hídricos se reuniram para debater os efeitos das mudanças climáticas nos mananciais de água da América do Sul, sobretudo nos aquíferos subterrâneos.


Mananciais de água doce da America do Sul. Fonte: Falcon Online.

Segundo o geólogo Ricardo Hirata, professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) e um dos palestrantes, atualmente dois bilhões de pessoas no mundo dependem de águas subterrâneas, das quais os aquíferos são a principal fonte.
E caso os efeitos das mudanças climáticas atinjam estes aquíferos, até o final do século entre 60 e 150 milhões de pessoas serão afetadas diretamente pela falta de recursos hídricos subterrâneos, explicou Luis Filipe Tavares Ribeiro, professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa, que também foi palestrante no encontro.
Na América do Sul, as consequências das mudanças climáticas já estão sendo sentidas na prática. Para se ter uma ideia, o Peru, em oito anos, perdeu 21% das suas reservas de gelo dos Andes, que abastecem boa parte dos rios e lagos do país.

As enormes reservas de água doce congeladas dos Andes diminuem. Fonte: MegaArquivo.


No Brasil, as enchentes e cheias cada vez mais severas mostram que nosso país também não está imune ao fenômeno. Aqui, o índice de pessoas que dependem de águas subterrâneas no país fica entre 40% e 60%, sendo que destas, 13% dependem parcialmente destes aquíferos e 39% dependem totalmente destes recursos.
Entre os impactos diretos e indiretos das mudanças climáticas nos aquíferos estão o aumento da demanda – pois haverá redução da oferta de águas superficiais; a contaminação dos mananciais – pois haverá menos água para diluir a poluição; a sobre-exploração; a invasão de águas salgadas em reservas hídricas doces; a redução da recarga dos aquíferos por causa da diminuição de chuvas etc.
No país, os maiores impactos das mudanças climáticas serão nas águas subterrâneas da Amazônia e do Nordeste, justamente as que são as mais afetadas atualmente. Nestas regiões, estima-se que a reserva hídrica dos aquíferos diminua 30% no Norte e 70% no Nordeste.

A charmosa região em torno de Bariloche nos Andes. Fonte: Mapa-Mundi.

 Já no Sul, calcula-se que a precipitação de chuvas irá aumentar, mas paradoxalmente, este aumento poderá levar à falta de água potável, pois a capacidade dos rios poderá ser excedida, levando ao transbordamento dos leitos e a enchentes.
E mesmo com o aumento da recarga dos aquíferos, a demanda pelas águas subterrâneas crescerá pois as águas superficiais estarão cada vez menos disponíveis, o que fará com que o índice de recarga dos mananciais subterrâneos se torne menor do que o nível de demanda, como já ocorre atualmente em aquíferos como o Guarani.
Mas os palestrantes acreditam que há medidas que podem ser tomadas para evitar os efeitos das mudanças climáticas. Entre essas iniciativas, estão a redução da pressão hídrica, o aumento no uso eficiente da água, a mudança de práticas agrícolas, a promoção da reutilização da água, a melhoria da gestão de bacias hidrográficas, o equilíbrio entre o uso de águas superficiais e subterrâneas, a recarga artificial de aquíferos, planos para poupar água, a diversificação da matriz hídrica, a redução do risco de desastres naturais etc.
Por fim, os especialistas afirmaram que a proteção dos aquíferos brasileiros é de suma importância, pois os sistemas de águas subterrâneas no Brasil são estratégicos para o desenvolvimento do país, e que devemos nos basear na combinação de práticas antigas e novas tecnologias. “Devemos aprender com nossos antepassados, que já tinham, por exemplo, cisternas de captação de água da chuva”, concluiu Tavares Ribeiro.


Até amanhã, amig@s!


Fonte: Instituto Carbono brasil.




A armadilha submarina do pré-sal.

O Brasil não está preparado para abrigar a mais voluptuosa exploração de petróleo em águas profundas do mundo. Esta talvez seja a maior lição do vazamento de óleo nas proximidades de um poço aberto pela Chevron na Bacia de Campos, o qual revelou uma série de irregularidades e omissões em diferentes níveis governamentais e privados.

A armadilha submarina do pré-sal
A armadilha submarina do pré-sal.

Não é possível que os engenheiros e funcionários da Chevron ouvidos na plataforma da companhia pelo delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Fábio Scliar, digam que “não receberam treinamento para lidar com vazamentos”, nem saibam apontar com exatidão para onde está sendo levado o óleo supostamente recolhido pela Chevron, conforme nota divulgada pela empresa.
Não é admissível que o vazamento tenha sido percebido primeiro pela Petrobras, que ainda emprestou equipamentos capazes de observar a 1.200 metros de profundidade o que exatamente estava acontecendo nas fissuras geológicas que começaram a “sangrar” óleo nas imediações do poço aberto pela TransOcean a pedido da Chevron. A mesma TransOcean que está sendo processada nos Estados Unidos por envolvimento no maior desastre ambiental daquele país, o megavazamento de óleo da BP no Golfo do México, há pouco mais de um ano. O próprio presidente da Chevron, Charles Buck, admitiu que “subestimou-se a pressão do reservatório”.
A investigação deverá revelar os termos do licenciamento dado à Chevron para operar o campo, mas não será surpresa se os argumentos técnicos em favor da exploração forem ligeiramente parecidos com outros relatórios alusivos a áreas completamente diferentes, por conta do velho truque do “copia e cola” tão amplamente disseminado nas rotinas dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA).

Desastre do Golfo do México, causado também pela exploração do pré-sal. Fonte: Notícias Terra.

Numa curiosa coincidência, o vazamento ocorreu poucas semanas depois de o governo anunciar medidas que, na prática, agilizam (ou flexibilizam) o processo de licenciamento ambiental. No caso da exploração de petróleo e gás, as licenças passariam a ser feitas por blocos de área de exploração e não mais poço a poço.
Pergunta importante: esse novo modelo de licenciamento permitiria a descoberta de fissuras geológicas sensíveis a abertura de poços como aconteceu agora com a Chevron?
Outra questão importante: por que o governo ainda não anunciou o Plano Nacional de Contingência, que já foi aprovado por lei há 11 anos? O Plano deve estabelecer responsabilidades e atribuições para cada diferente setor governamental ou privado quando houver vazamentos. É evidente que o assunto desagrada a quem, a partir do Plano, deixa de ter desculpas para não ter sido devidamente prudente ou suficientemente ágil em caso de acidentes.
Para piorar a situação, o valor máximo da multa por crime ambiental no Brasil é de apenas R$ 50 milhões. Segundo o delegado da PF, Fábio Scliar, bastam 53 minutos de produção para que uma petrolífera consiga arrecadar esses R$ 50 milhões. Em resumo: essa multa não intimida nenhuma empresa do setor.

Vazamento de petróleo em dimensões catastróficas, provocado pela exploração do pré-sal na bacia de Campos. Fonte: blog Somos Todos Torcedores.

A situação é particularmente grave num país onde já existem 136 plataformas de produção, 60 sondas de perfuração e 8.964 poços em funcionamento. Segundo o Ibama, ocorrem em média de 20 a 30 pequenos vazamentos de óleo por ano. Trata-se de uma atividade de altíssimo risco, motivo pelo qual o professor da Coppe/UFRJ, Segen Stefen, advertiu em uma entrevista recente que os “vazamentos vão acontecer, eles acontecem na indústria do petróleo, razão pela qual precisamos ter as ferramentas adequadas para lidar com eles”.
Pois bem, as ferramentas não estão disponíveis e as perspectivas de aumento de produção por conta das reservas estimadas de óleo na camada pré-sal são gigantescas. Segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, o Brasil produz hoje 2,2 milhões de barris de petróleo por dia. Em 2020, esta produção deve chegar a seis milhões de barris/dia. Segundo Adriano Pires, a exploração de petróleo na camada pré-sal, a mais de cinco quilômetros de profundidade, aumenta consideravelmente a complexidade das operações. Isto vale tanto para a retirada do óleo como para a execução dos planos de contenção ou remediação de vazamentos.
Para que ninguém se arrependa depois, é preciso agir agora com a devida coragem, realinhando os procedimentos que envolvem licenciamento, monitoramento, fiscalização, multa e novas medidas de segurança. Não basta ser megaprodutor de petróleo. É preciso fazer isso com responsabilidade e ética.

* André Trigueiro é autor do livro Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação. Apresenta o Jornal das Dez e é editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.

Até amanhã, amig@s!


Fonte: Mercado ético

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Derretimento do gelo ártico marítimo é o maior em 1450 anos.

Não é novidade que o gelo marítimo do Ártico está derretendo a um índice cada vez mais acelerado. No entanto, o que cientistas norte-americanos descobriram em um novo estudo é que esse nível de degelo é o maior em mais de um milênio.
De acordo com os autores do relatório, publicado pela revista Nature na última quinta-feira (24), “tanto a duração quanto a magnitude da redução atual no gelo marítimo parecem ser sem precedentes nos últimos 1450 anos”.

Derretimento de gelo. Fonte: FunVerde
“O que estamos experimentando nesse momento parece ser muito excepcional. Isso significa que estamos entrando em um mundo que não tem equivalente no passado”, observou Anne de Vernal, cientista da Universidade de Quebec e coautora da análise.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram uma série de dados, como registros da cobertura de gelo, dados de anéis de árvores, sedimentos de lagos e evidências históricas. O que eles descobriram é que esse derretimento foi causado principalmente por correntes marítimas anormalmente quentes que estão chegando ao Ártico.
“Tudo está em tendência de alta – a temperatura superficial, a atmosfera está mais quente, e parece também que o oceano está esquentando e há mais água quente e salina chegando ao Ártico, e então o gelo marítimo é erodido por baixo e derretido por cima”, explicou Christophe Kinnard, principal autor da pesquisa.


Mãe e filhotes de urso: principais vitimas do derretimento ártico.

“O que estamos experimentando nesse momento parece ser muito excepcional. Isso significa que estamos entrando em um mundo que não tem equivalente no passado”, observou Anne de Vernal, cientista da Universidade de Quebec e coautora da análise.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram uma série de dados, como registros da cobertura de gelo, dados de anéis de árvores, sedimentos de lagos e evidências históricas. O que eles descobriram é que esse derretimento foi causado principalmente por correntes marítimas anormalmente quentes que estão chegando ao Ártico.
Urso tentando escapar da destruição de seu habitat. Fonte: Emporto.

“Tudo está em tendência de alta – a temperatura superficial, a atmosfera está mais quente, e parece também que o oceano está esquentando e há mais água quente e salina chegando ao Ártico, e então o gelo marítimo é erodido por baixo e derretido por cima”, explicou Christophe Kinnard, principal autor da pesquisa.


Urso surpreendido pelo rápido aquecimento global. Fonte:Guilherme Maio

Essa taxa de degelo de 8,6% por década preocupa os pesquisadores, pois além de ter implicações na vida selvagem da região, como morsas e ursos polares, também afeta a vida da população local e de toda a economia baseada na região. “A perda de gelo marítimo está tendo, e continuará a ter, repercussões profundas no clima, na circulação oceânica, na ecologia e na economia do Ártico”, concluíram os autores.
 
Fonte: Instituto Carbono Brasil.
Até amanhã, amig@s!

domingo, 27 de novembro de 2011

Austrália planeja criar maior parque marinho do mundo.

A Austrália decidiu nesta sexta-feira criar o maior parque marinho do mundo, a fim de proteger uma vasta extensão do mar de Coral, que banha o nordeste do país, e onde foram travadas acirradas batalhas na Segunda Guerra Mundial.


Austrália terá o maior parque marinho do mundo. Fonte: Nothing Like Australia.

O ministro do Meio Ambiente, Tony Burke, disse que o parque terá quase 1 milhão de quilômetros quadrados –equivalente à França e Alemanha juntas– e que protegerá peixes, arrecifes e locais de desova de aves marítimas e da tartaruga verde.
“O significado ambiental do mar de Coral está na sua diversidade de recifes de coral, bancos de areia, cânions e planícies abissais”, disse Burke. “Ele contém mais de 20 exemplos excepcionais de isolados recifes tropicais, bancos de areia e ilhas.”
O novo parque abrangerá também navios naufragados durante a Batalha do Mar de Coral, uma série de confrontos navais entre forças japonesas, norte-americanas e australianas, em 1942, no que foi considerada a primeira batalha envolvendo porta-aviões.
Pelo menos três navios dos EUA estão naufragados ali –USS Lexington, US USS Sims e USS Neosho–, segundo Burke.
O governo vai detalhar dentro de 90 dias os limites do parque, que ficará dentro da zona econômica marítima australiana. Atualmente, o maior parque marítimo do mundo fica em torno do arquipélago de Chagos, possessão britânica no Índico.

Até amanhã, amig@s!


Fonte: DA REUTERS, EM CANBERRA

sábado, 26 de novembro de 2011

Morte de baleias e tartarugas em SC preocupa cientistas.

Há suspeitas de que um tipo de pesca com rede seria responsável pela morte dos animais no litoral catarinense.


  As mortes têm relação com a pesca de emalhe. Fonte: Colunas Época.

O aparecimento de dezenas de animais marinhos mortos desde o mês passado no litoral de Santa Catarina preocupa pesquisadores e biólogos do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que monitora a morte de animais há 18 anos.
“O número está muito acima do normal e os casos estão concentrados em uma região”, disse o curador do museu, Jules Soto.
Segundo a Univali, em cerca de 30 dias foram encontradas 26 tartarugas-verdes, 12 botos e 2 golfinhos-cinza. Ontem de manhã, biólogos recolheram um filhote de baleia-minke-antártica na Praia de Porto Belo. À tarde, foi identificada, na Praia Brava, em Itajaí, uma toninha em decomposição, uma das espécies mais ameaçadas de extinção. Anteontem, uma baleia-jubarte em decomposição foi encontrada na Praia do Ervino, em São Francisco do Sul.

Tartaruga verde encontrada morta na praia. Fonte: ANDA - Portal de Notícias Animais.

Soto diz que provavelmente as mortes têm relação com a pesca de emalhe, processo em que a rede é lançada com pesos em uma extremidade e flutuadores na outra. Ele disse ter recebido denúncias de que um navio estaria utilizando uma malha mais grossa e com comprimento superior ao permitido. “Aí explicaria as mortes”, afirmou.
Ele acentuou que o aparecimento da jubarte pode ter sido coincidência, visto que, em Santa Catarina, elas ficam em alto-mar. O corpo tinha sinais de mordidas de tubarão-azul. Soto disse que verificará a denúncia sobre o barco com as redes ilegais. Algumas das tartarugas apresentavam sinais que levam a crer que ficaram presas em emalhe.
O coordenador do Projeto Tamar, que estuda tartarugas, Gustavo Stahelin, disse que não tinha recebido nenhum comunicado do Museu Oceanográfico sobre as mortes dos animais. “Só poderia comentar com os laudos em mãos”, afirmou.

Até amanhã,amig@s!

:
Fonte: Evandro Fadel - O Estado de S. Paulo

Petróleo disperso no oceano afeta severamente base da cadeia alimentar marítima, diz oceanógrafo.

O secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, informou hoje (23) que apenas duas remessas de cerca de 250 mil litros e 135 mil litros de óleo (juntamente com água e ar) puderam ser retiradas do oceano depois do vazamento na Bacia de Campos, norte do Rio. Segundo ele, a maior parte do petróleo já se dispersou no oceano.

Cadeia alimentar em equilibrio. Fonte: Princess Rebeldes.

“Em aproximadamente um mês e meio, bolas de piche vão estar pipocando nas praias do litoral, resultado do óleo mais grosso que se agrupa em pelotas. O resto foi dissolvido e acabou entrando no ecossistema, e é exatamente isso que estamos analisando para avaliar o tamanho do dolo.”

Para o oceanógrafo David Zee, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a base da cadeia alimentar marinha da região foi severamente prejudicada.
“Existe a depressão da capacidade de produção de biomassa, parte dela alimento, e isso representa um custo ambiental, olhando muito mais a questão do aproveitamento humano. Além disso, há uma fração do óleo que se impregna na coluna d’água transferindo grande parte das substâncias tóxicas, causando malefício para a vida marinha.”

Cadeia alimentar em equilíbrio nos recifes de corais. Fonte: blog Estrela D'Alva.

Zee, que também está trabalhando como perito da Polícia Federal na apuração das causas do acidente ocorrido no dia 8 deste mês, criticou a demora na contenção do vazamento e a falta de equipamentos para evitar a dispersão do óleo.

“Nas primeiras 48 horas, 30% do petróleo que vaza se evapora, poluindo a atmosfera, e em 72 horas o restante se espalha rapidamente. Por isso, o primeiro procedimento é não deixar espalhar o óleo, para retirá-lo, mas como, infelizmente, não utilizaram barreiras flutuantes de contenção, o próprio clima, as ondas e o vento trataram de espalhar esse óleo”, explicou o oceanógrafo.

Piscina natural, um "restaurante" aquático que está prestes a ser destruído. Fonte: Piscinas Naturais.

O pesquisador ponderou que a fração do óleo que não é degradável, que fica permanentemente na coluna de água ou se deposita no fundo do mar, ainda pode chegar à costa do sudeste brasileiro. “Se houver uma mudança do quadro de clima, efetivamente pode ser uma ameaça e chegar ao litoral fluminense. O quadro climático e oceanográfico são favoráveis para essa não aproximação, mas quando chegar o calor e o vento leste, a ressurgência tem maior possibilidade de acontecer e ela pode levar para a costa do Rio de Janeiro.”

Até amanhã, amig@s!

Fonte: Agência Brasil.


Quati resgata filhote atropelado em rua de Campo Grande.

Um morador de Campo Grande registrou em imagens, nesta semana, o momento em que um quati retirou, do meio da rua, outro exemplar da espécie que havia sido atropelado. Segundo o fotógrafo Marcelo Silva de Oliveira, o animal era um filhote e não resistiu aos ferimentos.

Quati descansando na árvore. Fonte: Fotografe uma Idéia.

Atropelamentos de animais silvestres são comuns na região do Parque dos Poderes, onde o fato ocorreu, de acordo com a Polícia Militar Ambiental. A reserva ecológica de 129 hectares é circundada por ruas e avenidas, e os principais prédios públicos da administração estadual estão instalados na área.
O major Ednilson Queiroz, da PMA, explica que os quatis andam em bando e têm hábitos alimentares diurnos e noturnos. Os animais se alimentam de frutas e carne, e com frequência são vistos remexendo lixo das residências no entorno do parque, em busca de comida.
O oficial da polícia ambiental faz um alerta aos motoristas que transitam pelo Parque dos Poderes. “O condutor deve seguir as placas indicativas e diminuir a velocidade quando avistar algum animal silvestre. Eles têm prioridade”, diz Queiroz. Ainda segundo o major, a corporação resgata diariamente de cinco a seis animais silvestres em áreas urbanas.
Quati cruza rua para resgatar filhote atropelado... (Foto: Divulgação/Marcelo Silva de Oliveira)
...abocanha-o sob a atenção de alguns motoristas... (Foto: Divulgação/Marcelo Silva de Oliveira)
...abocanha-o sob a atenção de alguns motoristas... (Foto: Divulgação/Marcelo Silva de Oliveira)

Quati cruza rua para resgatar filhote atropelado... (Foto: Divulgação/Marcelo Silva de Oliveira)


... e chega em segurança à calçada. (Foto: Divulgação/Marcelo Silva de Oliveira)
... e chega em segurança à calçada. (Foto: Divulgação/Marcelo Silva de Oliveira)


Até amanhã,amig@s!

Fonte: G1.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Comissão do Senado conclui votação sobre Código Florestal.


A Comissão de Meio Ambiente do Senado concluiu a votação do novo Código Florestal Brasileiro. O texto-base do código foi aprovado quarta (23) e os senadores terminaram ontem (24) de votar os 77 destaques, dos quais quatro foram incorporados no texto que seguirá para o plenário do Senado. Com cartazes de protesto e uma bandeira brasileira, um pequeno grupo de manifestantes acompanhou a votação.


Novo Código "Florestal", um câncer que corrói a maior floresta fluvial do mundo. Fonte: blog El Politizador.


A expectativa agora é que o texto possa ser votado em última instância pelos senadores na próxima semana, seguindo para a Câmara dos Deputados logo depois. “É um texto muito bom para o meio ambiente, para o Brasil, e que vai dar a segurança que os produtores precisam para trabalhar dentro da lei”, declarou o relator, senador Jorge Viana (PT-AC) após a aprovação.
Como assim, "bom para o meio ambiente"? Bom para o bolso de algun$ pouco$ latifundiário$ que desejam lucro fácil e imediato, sem nenhum investimento em pesquisa.
Já está comprovado que nem mais 1m² precisa ser desmatado, o Brasil é cheio de terras vazias e improdutivas nas mãos de pouco$.

Aldo Rebelo (PCdoB), a serviço do DEM(o) e da bancada ruralista, relator destas mudanças imorais. Fonte: blog do Gilnei.
A chamada "mata seca" do serrado, por exemplo, tem fácil adaptação a plantações. Não há a menor necessidade de desmatar.
A Floresta Amazônica possui solo paupérrimo, portanto não é nem um pouco interessante para nenhum agricultor. Já os pecuaristas querem destruir tudo para que seus bois de corte possam pastar livremente, o que é um absurdo.
E a outra parte quer de$matar para construir fazenda$ ou lote$ somente com o fim de e$peculação imobiliária. 
O texto passou inicialmente pela Câmara dos Deputados e pelas comissões de Constituição e Justiça, de Agricultura e de Ciência e Tecnologia do Senado. Como recebeu alterações em relação ao projeto enviado pela Câmara, o novo código precisará voltar para análise dos deputados. Eles poderão rejeitar parte ou integralmente o que foi modificado no Senado, mas não poderão fazer novas alterações. O projeto terá ainda que ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff.
Proponho a hashtag #VetaDilma, vamos fazer um twittaço dia 26 de novembro, às 18h. Vamos chamar a atenção da presidenta para que esta violência contra a floresta não seja aprovada.  

Até amanhã, amig@s!

Fonte: Agência Brasil


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Plante árvores e ajude a preservar o planeta.

Árvores ajudam na preservação do nosso planeta, renovam o nosso ar, nos oferecem frutos, sombra e até mesmo “remédios”.
Também ajudam a evitar enchentes. Uma árvore adulta, por exemplo, pode absorver do solo até 250 litros de água por dia.

Floresta preservada. Fonte: Emotion.

Além disso, muitos nutrientes de matérias orgânicas (como as fezes dos animais) são absorvidos pelas raízes e transformados através da fotossíntese, em alimento para a toda a planta. Por sua vez, folhas, frutos, madeira e raízes servirão de alimento para diversos seres vivos.
As folhas que caem no chão servem de berço para as sementes e para proteger o solo dos pingos da chuva. Pingos de chuva, que caem diretamente no solo, causam erosão.

A erosão do solo causa prejuízos:

Em rios: A erosão leva terra e areia para o leito (fundo) do rio, tornando o rio mais raso, com menor capacidade de guardar água, causando a falta de água nos meses de pouca chuva e a morte dos peixes.

Para o solo: A erosão leva embora as sementes que poderiam germinar e recompor a vegetação natural.

Para os animais: A erosão pode destruir ninhos de animais que se encontram no chão ou mesmo tampa-los, matando os filhotes que estão dentro. Sem vegetação e frutos para alimentar os animais, eles vão embora ou morrem de fome.

Para os lençóis freáticos: Os solos sem vegetação não favorecem uma boa penetração de água, devido à ausência de raízes e minhocas que deixam a terra fofa.

Assim, os lençóis freáticos secam e acabam com muitos rios e, conseqüentemente, com a nossa água potável.

A copa das árvores também protege o solo da chuva direta e as suas raízes o seguram firmemente. As raízes das árvores que aparecem, às vezes, dentro do rio, parecendo cílios, evitam a erosão e servem de casa para muitos animais. Por causa destes cílios, a mata próxima aos rios é conhecida pelo nome de Mata Ciliar.

Uma árvore pode transpirar até 60 litros de água por dia, através de suas folhas. Este vapor se mistura com as partículas de poluição do ar; quando se acumulam em nuvens, caem em forma de chuva. Assim, as árvores ajudam também na retirada de poluentes do ar e a equilibrar o clima da região. Daí os parques e as florestas apresentarem um clima mais fresco.
As árvores formam uma parede que favorece o silêncio, impedindo a propagação dos ruídos. Cercas vivas, por exemplo, criam ambientes bonitos, mais silenciosos e aconchegantes.

As árvores oferecem uma sombra deliciosa. Se não nos não nos preocuparmos com o reflorestamento, num futuro próximo teremos que sair de casa levando um guarda sol!

Madeira: O mercado madeireiro cresce no Brasil e muitas empresas são clandestinas. Importante se preocupar em saber se a madeira que está comprando é autorizada, certificada ou não.

Papel: O papel vem da madeira, mais precisamente, da fibra de celulose, material que constitui as plantas.A parte mais usada é a casca das árvores. Importante utilizar papéis reciclados ou produzidos com madeira de reflorestamento.

Oxigênio: A poluição gerada pelas grandes cidades está desequilibrando a quantidade de oxigênio no mundo!

Estudiosos e pesquisadores afirmam que florestas muito antigas, que já atingiram seu equilíbrio, produzem a mesma quantidade de gás carbônico (liberado a noite) que a de oxigênio; já as florestas jovens liberam muito mais oxigênio do que gás carbônico. Isso significa que plantar uma árvore é produzir oxigênio!

Frutas: A maioria das árvores são frutíferas, produzindo frutos deliciosos e saudáveis.

Fauna: Plante uma árvore perto de sua casa e veja e ouça o canto dos pássaros logo de manhã! Além da variedade de animais que poderão ser atraídos em busco de abrigo e alimentação.

Até amanhã,amig@s!

Fonte: Emotion

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vazamento na Bacia de Campos afetará migração de animais marinhos.

Dano ambiental causado pela mancha de óleo é difícil de mensurar: no acidente no Golfo do México, em 2010, chegaram ao litoral as carcaças de apenas 2% dos animais atingidos pelo desastre; no Rio, especialistas se preocupam com mamíferos e aves.

Baleia jubarte e filhote: Fonte: site de turismo da Paraíba.

No meio do caminho, havia óleo. Obstáculo difícil de superar por baleias como jubarte, minke-antártica, baleia-de-bryde e entre 20 e 25 espécies de golfinhos e pequenos cetáceos que usam a Bacia de Campos como rota migratória. O óleo que vazou por pelo menos seis dias pelo poço no Campo de Frade, operado pela Chevron Brasil, chegou a cobrir uma superfície de 163 quilômetros quadrados – ou 16,3 mil campos de futebol.
E o dano ambiental é difícil de mensurar. No acidente provocado por uma explosão na plataforma de perfuração da British Petroleum, no Golfo do México, em abril do ano
passado, 800 milhões de litros de óleo vazaram por 87 dias.
Somente 2% das carcaças dos animais atingidos chegaram ao litoral, aponta o biólogo Salvatore Siciliano, coordenador do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


Golfinhos. Fonte: blog Trabalho de Biologia.

“A nossa informação sobre o impacto do acidente sempre vai ser muito limitada. A maior parte das carcaças vai afundar. O que vai chegar na praia é o piche, que suja o pé. Mas o que está por trás disso é de uma escala enorme. As empresas têm de estar preparadas para esse risco. O ônus não pode caber a todo mundo. Elas têm de monitorar e sanar o problema”, afirma.
As baleias jubarte, por exemplo, estão retornando para o Polo Sul. Depois de se alimentar durante o verão, no inverno elas nadaram em direção à linha do Equador, em busca de águas mais quentes para se reproduzir. Agora, voltam para a Antártica acompanhadas de seus filhotes.

Baleia Jubarte e filhote. Fonte: Flickr.

O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, viu três delas nadando perto da mancha – uma a menos de 300 metros de distância.
“Elas ainda não voltaram a se alimentar. Estão frágeis e mais suscetíveis à contaminação. Esses animais precisam vir à tona para respirar e podem ingerir esse óleo. O contato com a pele também pode interferir no isolamento térmico, afetar os filhotes, que têm ainda menos proteção”, afirma o oceanógrafo David Zee, professor da Universidade do Estado do Rio (Uerj).

Golfinho nadando feliz em um ambiente equilibrado. Fonte: blog do Alfobre.

Além dos mamíferos, o dano para as aves é agudo. Acredita-se que elas confundam a mancha de óleo com cardumes e, por isso, mergulhem no petróleo.
“Para as aves, esse encontro com a mancha é fatal. A pena absorve o óleo. Elas agonizam porque tentam limpar as penas com o bico e acabam ingerindo o petróleo. O quadro piora por causa do dano no aparelho digestivo”, explica Siciliano.
Ele conta que algumas têm o comportamento migratório dos cetáceos, como albatrozes e petreis. Outras são residentes daquela região. É o exemplo de atobás, fragatas e algumas gaivotas.

Casal de Albatroz e seu filhote. Fonte: blog Irwin Clan.

 Mesmo os organismos microscópicos são atingidos pela poluição. Na superfície, o óleo se espalha e impede a troca gasosa entre o mar e a atmosfera. Também não permite a passagem da luz solar. Nessa camada estão os fitoplânctons, base da cadeia alimentar marinha.
“Há o impacto agudo, mas o que nos preocupa é essa exposição crônica aos compostos de petróleo, que são carcinogênicos. Parte desse óleo evapora e é inalado. Outra parte afunda, vai ficar no sedimento, na coluna d’água, vai ser assimilado pelo peixe. O golfinho ingere esse peixe. É o que a gente chama de bioacumulação”, afirma Siciliano.
Ele critica a falta de planos de contingência e salvamento das espécies depois dos vazamentos. “Estamos às vésperas do Rio +20 e o Brasil está seguindo na contramão ambiental muito séria. Voltamos ao tempo do desenvolvimento a qualquer custo. Estamos pensando no pré-sal mas ainda não conseguimos lidar com vazamentos”, afirma o coordenador do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos.

Até amanhã, amig@s!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Países devem planejar-se para receber refugiados climáticos, diz relatório.

Os governos do mundo e as agências humanitárias precisam planejar agora como reassentar milhões de pessoas que deverão ser deslocadas por causa de mudanças climáticas, alertou um painel internacional de especialistas.
Refugiados do clima.

O reassentamento relacionado a grandes projetos de desenvolvimento de infraestrutura vem ocorrendo há décadas, com algumas estimativas apontando até 10 milhões de pessoas por ano, disse o principal autor do relatório, Alex de Sherbinin.
As lições de tal reinstalação podem servir para reassentamentos futuros, que na verdade já estão em andamento no Vietnã, Moçambique, na costa do Alasca, no território chinês da Mongólia Interior e no sul do Pacífico.

Criança sofrendo com catástrofe climática. Fonte: blog do Agnaldo Barros.


Se as temperaturas globais subirem, como previsto, em até 4 graus Celsius neste século, “o reassentamento se tornaria praticamente inevitável em algumas regiões do mundo”, escreveram os cientistas na Science.
Um aquecimento dessa magnitude teria um impacto dramático na disponibilidade de água, na produtividade agrícola, nos ecossistemas e no nível do mar — que por sua vez afetam onde e como os seres humanos podem viver.
O planejamento para milhões de refugiados vai ser um desafio, mas é muito melhor do que a alternativa, disse Sherbinin por telefone do Instituto Terra na Universidade Columbia, em Nova York.
“Nós vamos só responder às chamadas de emergência que surgirem, ou vamos realmente nos antecipar a algumas dessas coisas e, assim fazendo, evitar uma chamada de emergência até certo ponto e talvez poupar algum dinheiro no processo?”, questionou ele.

Refugiados afegãos recebendo cobertores durante distribuição de ajuda. Fonte: Estadão.

Os procedimentos já em uso para reassentar vítimas de desastres naturais como secas, inundações e terremotos poderiam ser utilizados ou adaptados para preparar para o reassentamento de refugiados do clima, disseram os autores.
Reassentamentos passados provocados por barragens, minas ou outro tipo de desenvolvimento nem sempre produziram os benefícios previstos para aqueles que foram transferidos, disse Sherbinin.
Por exemplo, na China, 1,25 milhão de pessoas foram deslocadas durante 16 anos para a represa gigante das Três Gargantas no rio Yangtze, de acordo com o co-autor Yan Tan, da Universidade de Adelaide, na Austrália.
Aqueles que foram transferidos deveriam ser reassentados localmente, mas 15 por cento foram reassentados longe de suas casas originais.

Até amanhã, amig@s!

Fonte: DEBORAH ZABARENKO – REUTERS

domingo, 20 de novembro de 2011

Lista vermelha da biodiversidade traz boas e más notícias

Você já viu um rinoceronte-negro-ocidental em vida livre? Se não, perdeu a chance. O bicho, chamado pelos cientistas de Diceros bicornis longipes, foi declarado oficialmente extinto na mais recente atualização da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês). A nova lista aponta que 25% dos mamíferos de todo o mundo correm o mesmo risco do rinoceronte citado, ou seja, estão em perigo de extinção.

Com mais de 61 mil espécies, esta atualização trás boas e más notícias sobre o estado de muitas espécies de todo o mundo, segundo Jane Smart, diretora do Programa Mundial de Espécies da IUCN. “Sabemos com plena certeza que a conservação funciona quando bem implementada. Mas sem forte vontade política somada a esforços e recursos específicos, as maravilhas da natureza e os serviços que elas oferecem podem ser perdidas para sempre”, afirma.
E tem mais notícia ruim sobre os rinocerontes. O Ceratotherium simum cottoni, vulgo rinoceronte-branco-do-norte, já está à beira da extinção e é bem provável que breve não possa mais ser admirado livre. Mesmo por quem se aventure pela África Central, onde ele existia. Agora é peça de zoológico, classificado como Provavelmente Extinto na Natureza. Para a IUCN, a combinação de falta de vontade política em favor da conservação dos habitats, grupos criminosos internacionais e o aumento da caça para retirada dos chifres ameaçam outras espécies de rinocerontes, como o rinoceronte-de-java (Rhinoceros sondaicus). Ainda que uma pequena população deste animal ainda sobreviva em Java, ele também caminha para a extinção. No Vietnã, acredita-se que o último espécime tenha sido morto por caçadores em 2010.
Rinoceronte branco, também ameçado de extinção. Fonte: C.Noita.

“Tanto em caso do rinoceronte-negro-ocidental como do rinoceronte-branco-do-norte, a situação poderia ter sido bem diferente se houvessem sido aplicadas as medidas de conservação sugeridas”, lamenta Simon Stuart, presidente da Comissão de Sobrevivência das Espécies da IUCN. “Estas medidas devem ser reforçadas agora, especialmente no que toca a gestão dos habitats, a fim de melhorar o rendimento produtivo e evitar a extinção de outros rinocerontes, como é o caso do rinoceronte-de-java”.
Para não ficar só nas más notícias, a IUCN destaca que há casas em que os esforços para a conservação estão dando certo. A população da subespécie do rinoceronte-branco (Ceratotherium simum simum), que chegou a menos de 100 indivíduos no final do século XIX, hoje está estimada em mais 20 mil animais.

Cavalo de Przewalski, selvagem europeu na lista vermelha. Fonte: UOL Notícias.
E para não escrever só sobre rinocerontes, há boas notícias também para o cavalo de Przewalski (Equus ferus), que chegou a ser classificado como extinto em estado silvestre em 1996. A espécie ainda não está salva, mas a classificação melhorou, passando de Em Perigo Crítico para Em Perigo. Um bem-sucedido programa está recuperando a população selvagem, que já ultrapassou 300 animais.
A IUCN divulgou também fotografias e um vídeo (veja ao fim do texto). Eis, onde aparecem algumas destas espécies. É importante assisti-lo, porque talvez seja o único meio restante de vê-las. Pelo menos, ficou algum registro da sua passagem pela Terra.



Eis outros destaques da Lista Vermelha da IUCN:
Coníferas
A lista revela tendências preocupantes entre as coníferas. Os cipreste-dos-pântanos-chinês (Glyptostrobus pensilis), antes encontrado por toda a China e Vietnã, agora passou da classificação Em Perigo para Em Perigro Crítico. A razão desse declínio é a expansão da agricultura. Até mesmo plantas de uso medicinal, como a Taxus contorta – usada para produzir uma droga quimioterápica, o Taxol – passou de Vulnerável para Em Perigo, devido à exploração excessiva e uso como lenha e forragem.
Thunnus thynnus
Cinco das oito espécies de atum estão em alguma categoria de espécie ameaçada ou quase ameaçada na Lista Vermelha. O Atum-rabilho (T. thynnus) está classificado como espécie em Perigo Crítico. A atualização da lista poderá ajudar os governos a tomar decisões que salvaguardem o futuro das espécies de atum, entre elas, as que possuem alto valor econômico.
Lodoicea maldivica
A maioria das plantas com flores endêmicas das Ilhas Seicheles, no Oceano Índico, está ameaçada. Setenta e sete por cento das 79 espécies conhecidas estão ameaçadas, segundo a IUCN. Entre elas, está um conhecido afrodisíaco, o coco-do-mar (Lodoicea maldivica), que passou de Vulnerável para Em Perigo. Apesar do controle sobre a coleta e venda de sementes, as maiores do mundo, há razões, segundo a IUCN, para acreditar que existe um importante mercado negro para elas.
Manta alfredi e Manta birostris
Até mesmo espécies descobertas recentemente já estão na lista das ameaçadas. É o caso das jamantas. Há até pouco tempo só se conhecia uma espécia de manta-raia, agora se sabe que existem pelo menos duas: a manta-raia-dos-arrecifes (Manta alfredi) e a manta-gigante (Manta birostris), ambas consideradas vulneráveis. A M. Birostris pode chegar um diâmetro de mais de sete metros e é a maior entre as espécies de jamantas. Para a IUCN é fundamental supervisionar e regulamentar a exploração e o comércio destas espécies, capturadas principalmente devido ao uso na medicina tradicional de suas brânquias, assim como a proteção dos seus habitats mais importantes.
Paraedura masobe
A lista indica também que 40% dos répteis terrestres de Madagascar estão em perigo. As 22 espécies da ilha identificadas como em Perigo Crítico, entre elas camaleões, lagartixas e serpentes, são consideradas um desafio para a conservação. Um alento é a criação de novas áreas protegidas em Madagascar, que ajudam a conservar espécies em Perigo Crítico, como o camaleão-tarzan (Calumma tarzan) e o camaleão-de-nariz-bizarro (Calumma hafahafa) e a lagartixa Paracontias fasika. A Paraedura masobe está classificada com Em Perigo.
Ranitomeya benedicta e Ranitoneya summersi
Anfíbios são considerados como indicadores da saúde do meio ambiente em que vivem e fontes potenciais para novos medicamentos. Como esse é um dos grupos mais ameaçados, os anfíbios são vigiados de perto pela IUCN. Vinte e seis anfíbios descobertos recentemente já estão na lista vermelha, como a rãs venenosas Ranitomeya benedicta (Vulnerável) eRanitoneya summersi (Em Perigo), ameaçadas pela perda de habitat e comércio internacional de mascotes.

Vídeo da IUCN, disponível também no Youtube.
Fonte: site O Eco.