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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cientistas encontram água subterrânea no deserto do Saara

Pesquisadores ingleses encontraram água em um dos locais mais improváveis do mundo. Os aquíferos estão em algumas das áreas mais secas da África, incluindo o deserto do Saara.
 
Estima-se que existam aproximadamente 0,66 milhão de quilômetros cúbicos de água em algumas das áreas mais secas da África, incluindo o deserto do Saara l Imagem: Nasa (CC)
A descoberta pode ajudar a amenizar os problemas gerados pela escassez de água. Os cientistas do Centro Britânico de Pesquisas Geológicas e da Universidade de Londres fizeram um mapeamento de todas as águas subterrâneas do continente africano. Segundo eles, os locais que armazenam o maior montante de água estão no norte, na Líbia, Argélia, Egito e Sudão.
A estimativa apontada pelo estudo, publicado na revista científica Environmental Research Letters, é de que existam aproximadamente 0,66 milhão de quilômetros cúbicos de água. No entanto, eles já alertaram que nem todas as reservas poderão ser acessadas. Por isso, a descoberta pode não ser a solução total para a África, mas já é uma alternativa para o desenvolvimento de novas estratégias.
Atualmente, existem 300 milhões de africanos sem acesso à água potável e somente 5% das terras que poderiam ser destinadas à agricultura conseguem ser irrigadas. A descoberta poderia auxiliar a evolução destes sistemas, mas o Dr. Stephen Foster, especialista em água subterrânea, adianta que será necessário fazer estudos detalhados sobre os locais em que seria viável fazer a perfuração.
“No norte da Nigéria, houve projetos de irrigação subterrânea que falharam por causa do aumento do custo de combustível, um fator importante nos custos de perfuração, e das dificuldades de distribuição”, explicou. Por estarem em profundidade superior a cem metros, as águas não podem ser bombeadas manualmente, exigindo equipamentos mais sofisticados e caros também. O processo ainda depende do fluxo de água do aquífero para ter sucesso.
Apesar de se mostrar feliz com a descoberta, o porta-voz do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Nick Nuttal, informou que é necessário direcionar os esforços para o abastecimento de água. “O fato é que já existe uma quantidade de água disponível para a África, mas ele raramente é coletado”. 
Redação CicloVivo

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