A bordo do navio Rainbow
Warrior, Greenpeace dá a partida para coletar 1,4 milhão de assinaturas
em lei de iniciativa popular para zerar o desmatamento no Brasil
O Brasil tem tudo para mostrar ao mundo
com quantos paus – ou árvores – se constrói uma nação do futuro, que
garanta a prosperidade de seu povo sem recorrer à destruição do meio
ambiente. Mas, para alcançar esse novo patamar de desenvolvimento, ele
precisa acabar com o desmatamento.
Na Amazônia, nos últimos três anos, a
floresta encolheu, a golpes de motosserra, cerca de 20 mil quilômetros
quadrados. Apesar disso, em Brasília, insensíveis à necessidade de se
construir esse novo futuro, governo e Congresso trabalham para deixar
nossas matas ainda mais vulneráveis. Por essa razão, no ano em que
completa duas décadas de atividade no Brasil, o Greenpeace convida os
brasileiros a embarcarem numa jornada para proteger de vez as suas
florestas.
Assine a petição: www.ligadasflorestas.org.br
Em evento a bordo do navio Rainbow
Warrior, em Manaus, a organização lançou projeto para, com outras
instituições sociais e ambientais, coletar 1,4 milhão de assinaturas. O
objetivo é levar ao Congresso uma proposta de lei de iniciativa popular,
nos moldes da Ficha Limpa, para colocar a taxa de desmatamento no
Brasil no único nível em que pode ser considerada aceitável: o zero.
“O Brasil devasta muita floresta há
muito tempo, sempre em nome do desenvolvimento. Esse modelo, que não
fazia sentido no passado, faz menos ainda no presente”, diz Marcelo
Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. “As florestas são
parte da identidade do brasileiro. E garantir a sua sobrevivência é
garantir nosso bem-estar futuro. Zerar o desmatamento é a forma mais
barata e rápida de o Brasil contribuir para a mitigação do aquecimento
global.”
São nossas matas que regulam os ciclos
climáticos, e garantem as chuvas que irrigam e mantêm o vigor da nossa
agricultura. Elas ainda ajudam a gerar nossa energia e a suprir de água
quase 200 milhões de brasileiros. E é, do mesmo modo, graças a elas e à
sua biodiversidade, que podemos viver num país que é lindo por natureza.
Sem elas, o Brasil deixaria de ser o Brasil que a gente ama e conhece.
“Infelizmente, no debate do Código
Florestal, os políticos ignoraram os alertas dos cientistas e os anseios
da população. Escreveram um texto que vai contra a preservação
florestal”, diz Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do
Greenpeace. “A lei do Desmatamento Zero é a resposta da sociedade civil a
esse atropelo.”
Acabar com o corte indiscriminado de
árvores não é um sonho impossível. Tampouco impede o desenvolvimento. O
Brasil se tornou a sexta economia do mundo, o maior exportador de carne e
o segundo maior em grãos. E conseguiu esse feito ao mesmo tempo em que
controlava o desmatamento na Amazônia: de um pico de 27 mil quilômetros
quadrados em 2004, o índice caiu para cerca de 6.000 em 2011.
A lei do Desmatamento Zero, aliás, não
pretende transformar em crime todo corte de árvore. Ela serve para
proteger as florestas da derrubada em larga escala e permite o
aproveitamento de madeira, desde que feita de forma sustentável, com
acompanhamento técnico.
Kumi Naidoo, diretor-executivo do
Greenpeace Internacional, sustenta que a aprovação dessa lei colocará o
Brasil em uma posição privilegiada. “Há vários países do mundo que
pararam de desmatar suas florestas faz mais de um século”, disse. “Há
novas potências econômicas surgindo. E, nessa corrida, o Brasil é
indiscutivelmente a nação com mais condições de se destacar como a
primeira potência econômica e ambiental da história.”
A campanha
Para acompanhar os primeiros passos da
campanha do Desmatamento Zero, o navio Rainbow Warrior – lançado no ano
passado com o que há de mais moderno e sustentável em navegação – acaba
de chegar ao Brasil. Ele será uma plataforma para levar a questão a
diversas cidades do país, servindo de plataforma para discussões e
expondo os problemas que ainda assolam a maior floresta tropical do
mundo.
É a primeira vez que esse navio visita o
Brasil e seu roteiro inclui, além de Manaus, escalas em Belém, Recife,
Salvador, Rio – onde participa da Rio+20, em junho – e Santos. Nessas
cidades, o navio será aberto para visitação e palco de manifestações
públicas e políticas.
Personalidades brasileiras como Camila Pitanga e Marcos Palmeira também entraram na campanha. Em vídeos, eles chamam os brasileiros para conhecerem a iniciativa e participarem.
Além de assinar e compartilhar a petição pela lei do Desmatamento Zero no sitewww.greenpeace.org.br, é também possível participar do desafio Liga das Florestas (www.ligadasflorestas.org.br),
competição on-line para coletar assinaturas. Cada vez que uma pessoa
convidar amigos ou compartilhar o desafio nas redes sociais, ela acumula
pontos que podem virar prêmios como camisetas, ecobags ou bonés do
Greenpeace.
Até amanhã, amig@s!
Fonte: Greenpeace
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