O governo alemão adiou a decisão sobre o empréstimo que seria feito
para a construção da usina nuclear de Angra3
Ativistas protestam na sede do BNDES pedindo o fim do financiamento da usina nuclear de Angra 3. ©Ivo Gonçalves/Greenpeace
Brasil e Alemanha são
parceiros atômicos desde a década de 1970 e acordaram um valor
equivalente a 41,4% do custo da usina, equivalente a 1,3 bilhões de
euros.
O financiamento viria de uma associação de bancos europeus, com garantia de empréstimo dada pela Hermes, agência estatal de crédito alemã.
O financiamento viria de uma associação de bancos europeus, com garantia de empréstimo dada pela Hermes, agência estatal de crédito alemã.
O responsável pela prorrogação do financiamento foi o estudo de
segurança da usina apresentado pela Eletronuclear que foi considerado
insuficiente e incompleto. Alguns aspectos relevantes à segurança não
foram apresentados no relatório como, por exemplo, um teste de estresse
exigido pelo governo alemão depois do acidente em Fukushima, no Japão.
O
Greenpeace Alemanha já havia divulgado dois estudos que indicavam a
possibilidade de uma catástrofe nuclear acontecer em Angra 3 devido a
ausência de certos componentes essenciais de segurança que poderiam
fazer com o que o Brasil tivesse uma catástrofe ainda maior do que a de
Fukushima.
Sem a segurança garantida, o projeto de Angra 3, concluído há cerca
de quatro décadas, felizmente vai continuar sendo apenas um projeto. Um
país como o Brasil, com um potencial imenso de energias renováveis,
poderia aproveitar os ventos e a irradiação solar para se tornar o
primeiro país com uma economia forte baseada em uma matriz energética
limpa e sustentável. Não há motivos para que a exploração de petróleo na
camada pré-sal seja incentivada, muito menos para receber investimentos
internacionais em energia nuclear.
A incoerência também foi apontada por alguns parlamentares alemães
que disseram não fazer sentido a chanceler alemã Angela Merkel ter
anunciado que, até 2022, não haverá mais energia nuclear na Alemanha, e
continuar incentivando construções de novas usinas em outros países.
Até amanhã, amig@s!
Fonte: Greenpeace
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