A primeira fábrica do mundo de
biocombustíveis extraídos de algas será erguida na cidade pernambucana
de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata.
O investimento de 8 milhões,
algo em torno de R$ 20 milhões (conforme a cotação do euro de segunda,
9, é capitaneado por uma parceria entre a empresa austríaca See Alge
Technology (SAT) e o tradicional grupo pernambucano do setor
sucroalcooleiro JB. Em uma área de um hectare, situada em terras da JB,
será construída a planta com capacidade de produzir 1,2 milhão de litros
anuais de biodiesel, que empregará até 30 pessoas na sua primeira etapa
e que começa a rodar entre outubro e dezembro de 2013.
A tecnologia empregada na fábrica
consiste em recolher o gás carbônico (CO2) que sai das caldeiras da
usina e utilizá-lo na criação de algas. Além disso, para fornecer a luz
que esses animais precisam para se desenvolver, serão instaladas placas
especiais que captam energia solar e a distribuem de forma homogênea
para dentro de cilindros com cinco metros de altura e 1,20 de diâmetro.
Esse sistema é fruto de dois anos de pesquisa da SAT e foi testado num
grande laboratório na cidade de Timelkam, no norte da Áustria.
Donas de um alto potencial de
reprodução, as algas se multiplicam praticamente a cada quatro horas.
Metade do seu peso é formado por óleo. O processo para extraí-lo,
explicou o diretor da SAT no Brasil, Rafael Bianchini, é semelhante ao
aplicado na soja. Estimativas dos investidores são de que o litro do
biodiesel produzido de algas seja vendido por entre R$ 0,80 e R$ 1,00.
Bianchini espera que a certificação da Agência Nacional de Petróleo,
Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) seja obtida até o final do próximo
ano.
“Além do biodiesel, os óleos são ricos
em bioquímicos como os ômegas 3 e 6. Esses podem ser vendidos para a
indústria de cosméticos e alimentícia. Já o farelo, resultante da
extração do óleo e que representa metade da produção é utilizado em
rações animais, especialmente para peixes”, listou, para mostrar a
diversidade de aplicações comerciais, lembrando que a unidade de Vitória
será um showroom para o mundo.
Bianchini revela os planos dos
investidores em outra aposta, que é a utilização de algas geneticamente
modificadas com as chamadas cianobactérias. Essa tem a capacidade de,
literalmente, “suar” etanol. Dessa forma, em vez de extraído, o álcool
seria retirado da água em que os organismos são criados. Se aplicada
essa tecnologia – cuja SAT afirma possuir – é possível produzir até 2,2
milhões de litros por ano de bioetanol na planta pernambucana.
O diretor-presidente do grupo JB, Carlos
Beltrão, comenta que as negociações para a fábrica duraram quase dois
anos e resultaram em uma joint-venture em que JB e a SAT no Brasil detêm
37% de participação e a SAT internacional 63%.
“A fábrica vai reforçar as ações que
visam diversificar nossa produção, além de dar utilização ao carbono que
geramos. Nosso interesse está mais nos bioquímicos e no farelo do que o
biodiesel, pois eles trazem um retorno maior”, revelou Beltrão. Na
última safra, 2011/2012, o grupo JB esmagou 1,7 milhão de toneladas de
cana no País – além de Vitória, possui uma usina no Espírito Santo.
Para completar a lista de personagens no
empreendimento inédito, a indústria paulista de equipamentos para
usinas Dedini irá gerenciar a instalação e o funcionamento da unidade.
Até amanhã, amig@s
Até amanhã, amig@s
Fonte: Jornal do Commercio
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