Fazer com que cem alunos de 12 a 14
anos, que frequentam os 46 CEUs (Centro Educacional Unificado) de São
Paulo, possam se deslocar à escola em comboios de bicicleta,
acompanhados por monitores, até o fim de 2012, é uma das metas do
projeto Escolas de Bicicletas. Detalhe: as bikes são feitas de bambu
pelos próprios estudantes – um grupo de 12 jovens do CEU Jardim
Paulistano, Zona Norte da capital paulista.
Segundo matéria do Estadão publicada
na terça-feira, 17 de julho, com uma cola natural, feita ali mesmo, os
jovens juntam os pedaços, formando quadros triangulares. Três horas de
secagem e outras peças são acopladas. Rodas, câmbio, catracas, guidão e
aí está: uma bicicleta novinha, para um dos 4,6 mil alunos da rede
municipal ir e voltar da escola pedalando. Hoje, cerca de 500 crianças
já pedalam nesse esquema.
A fábrica tem capacidade de produção de
cerca de 50 bicicletas por dia e, desde o início da operação, em março,
já construiu 1,5 mil. Serão 4.680 até novembro.
De acordo com o coordenador do projeto,
Daniel Guth, a opção pelo bambu não é à toa. “Nossa ideia não é apenas
colocar bicicletas na rua, mas também conscientizar as crianças sobre
conceitos como sustentabilidade e ambientalismo. O bambu gasta muito
menos energia do que o alumínio e é produzido bem perto daqui, em
Bragança Paulista, o que diminui os custos com transporte. A pegada de
carbono é muito pequena.”
Guth também garantiu que o material é
resistente. Segundo ele, testes de resistência foram feitos a pedido da
Prefeitura antes do início do projeto e cada bicicleta aguentou, em
média, 1,6 tonelada antes do bambu começar a rachar. “Essas bicicletas
podem durar até 20 anos”, ressaltou o designer carioca Flávio Deslandes,
que concebeu a bicicleta. Ele mora na Dinamarca há mais de uma década,
projeta bikes de bambu desde 1995, e desenhou o modelo do CEU
especialmente para o programa municipal.
Toda a fabricação das bicicletas e dos
bicicletários nos CEUs, além do treinamento dos alunos, está orçada em
R$ 3,1 milhões. Os jovens recebem salário do Instituto Parada Vital,
entidade contratada para o projeto.
A bicicleta é um dos veículos
autorizados a circular sobre as vias urbanas e rurais pelo Código de
Trânsito Brasileiro. A legislação federal diz que os ciclistas têm
preferência sobre os veículos automotores e estipula dois tipos de
multas diferentes para os motoristas que não respeitam a bicicleta:
deixar de guardar a distância lateral de 1,5 metro ao passar ou
ultrapassar bicicleta (infração média) e deixar de reduzir a velocidade
do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito ao
ultrapassar ciclista (infração grave).
Essa mesma lei diz que é dever dos
órgãos do Poder Executivo, incluindo os estaduais, planejar e promover o
desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas.
Até amanhã, amig@s!
Até amanhã, amig@s!
Fonte: EcoD
Nenhum comentário:
Postar um comentário