A participação dos catadores de
material reciclável na coleta seletiva e o envolvimento da população na
separação do lixo estiveram no centro das discussões sobre a
implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em evento
ocorrido hoje (24) na capital fluminense. Catadores e empresários
concordaram sobre a importância de se valorizar cada vez mais a coleta
seletiva do lixo.
Um dos coordenadores do Movimento
Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) , Custódio da
Silva, cobrou, durante os debates, um levantamento que identifique os
catadores que trabalham nos 47 lixões ainda em funcionamento na região
metropolitana do Rio e a urgência na contratação das cooperativas para a
separação do lixo, aproveitando o material reciclável. “Queremos fazer o
mesmo serviço que a prefeitura paga para as empresas privadas e que,
segundo a lei, seria de nossa responsabilidade”, disse.
Ele também falou sobre a atual situação
dos catadores de lixões que foram fechados em vários municípios da
região metropolitana como Belford Roxo, São Gonçalo, Niterói, Magé e em
Campos dos Goytacazes, na região norte. Nesses locais, segundo Silva, os
catadores ficaram sem perspectiva de emprego e renda, contrariando o
que diz a legislação no caso do fechamento das unidades.
O diretor executivo do Compromisso
Empresarial para a Reciclagem (Cempre), André Vilhena, defendeu a
diminuição de impostos sobre produtos recicláveis. Segundo ele, isso
incentivaria o consumo consciente e a aplicação de mais recursos em
tecnologia e na logística reversa (recolhimento pela empresa do produto
descartado). “Devíamos praticamente zerar impostos federais”, disse.
Preocupados com a obrigatoriedade de as
empresas recolherem determinados produtos como pilhas e baterias, que
não podem ser descartadas no lixo comum (a chamada de logística
reversa), as empresas privadas também aproveitaram para destacar o papel
dos catadores, que, pela capilaridade da atuação, são fundamentais para
ajudar na reciclagem.
Os empresários defenderam a inclusão dos
catadores na cadeia do material reciclável. Na avaliação deles, os
trabalhadores têm condições de coletar itens de forma mais eficiente que
as prefeituras, ajudando a reduzir os gastos com o que é depositado em
aterros privados e com a coleta que é feita, muitas vezes, por empresas
terceirizadas.
Além de catadores, gestores públicos e
representantes do setor industrial, os candidatos à prefeitura carioca
nas eleições deste ano também participaram dos debates. Estiveram
presentes: Aspásia Camargo (PV), Rodrigo Maia (DEM), Cyro Garcia (PSTU),
Fernando Siqueira (PPL), Otavio Leite (PSDB) e Marcelo Freixo (PSOL).
Antonil Carlos (PCO) e o prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à
reeleição, não compareceram.
Até amanhã, amig@s!
Até amanhã, amig@s!
Fonte: Agência BRasil
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