Esforços para rastrear rápida e
precisamente o desmatamento e a degradação florestal na Indonésia,
Brasil, México e Peru receberam um incentivo nesta semana com uma sessão
de treinamento técnico especial organizado pelaForça-Tarefa de Governadores pelo Clima e Florestas (GCF).
O encontro, realizado na Universidade de
Stanford e no campus do Vale do Silício da Google, reuniu funcionários
de agências dos governos e ONGs dos quatro países tropicais e
especialistas técnicos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(IPAM), da Instituição Carnegie para a Ciência, do Fórum de Preparação
para REDD, do Centro de Pesquisa Woods Hole e da Google Earth Outreach.
Os participantes receberam treinamento
sobre o aumento do desmatamento e degradação florestal existente e sobre
recursos de monitoramento de biomassa, que são altamente variáveis
entre os países e entre agências e jurisdições subnacionais.
O exercício de uma semana visa melhorar
os sistemas de monitoramento, reporte e verificação (MRV) para o
programa de redução de emissões de desmatamento e degradação florestal
(REDD+) que está sendo defendido pela GCF, um esforço colaborativo entre
17 estados do Brasil, Indonésia, Nigéria, Peru e EUA para desenvolver
os recursos necessários para gerar “ativos florestais com grau de
conformidade” para reduzir o desmatamento e a degradação.
O GCF está trabalhando para estabelecer
regras e salvaguardas para garantir que os projetos de REDD+ realmente
reduzam as emissões sem causar impactos socioambientais adversos,
temidos pelos críticos do conceito.
A reunião começou com uma sessão de
treinamento da Instituição Carnegie para a mais nova versão do pacote de
software CLASlite de análise de desmatamento e degradação florestal,
que converte dados de até oito sensores de satélite diferentes em mapas
detalhados de desmatamento e distúrbios florestais.
Ao contrário de outros sistemas, o
CLASlite pode medir danos de exploração seletiva de madeira, que têm uma
pegada global substancialmente maior do que o desmatamento geral e pode
ser uma fonte significativa de emissões de gases do efeito estufa e
degradação ecológica.
“Nossa meta com o CLASlite é apoiar as
nações tropicais em seu esforço para mapear rotineiramente o
desmatamento e a degradação florestal em seus computadores”, disse Greg
Asner, ecologista do Instituto Carnegie que lidera o projeto CLASlite.
“Não deve haver barreira para não especialistas no MRV.”
Asner observou que mais de 180
organizações têm sido treinadas para usar o CLASlite na região dos
Andes, da Amazônia e em outros lugares. John Clark, também da
Instituição Carnegie, acrescentou que os governos da Colômbia e do Peru
já expandiram seus recursos para mapeamento de desmatamento e degradação
em grande escala usando o CLASlite.
Alessandro Baccini e Greg Fiske do
Centro de Pesquisa Woods Hole explicaram como converter dados de
desmatamento e degradação para estimativas de emissões usando mapas
detalhados de biomassa. Eles ressaltaram a importância de bons mapas de
biomassa, e explicaram que os primeiros esforços para estimar as
emissões de desmatamento eram imprecisos por causa dos dados ruins de
biomassa.
O encontro terminará com uma breve
visita à Google para destacar sua Earth Engine, que ajudará os usuários a
encontrarem dados de satélites globais que estão incluídos no CLASlite.
Aproveitando seu grande sistema de computação em nuvem, o Earth Engine
foi usado em 2010 para criar um mapa detalhado da cobertura florestal e
hídrica do México em menos de um dia, uma façanha que teria levado três
anos usando um único computador.
A co-organizadora Claudia Stickler do
IPAM afirmou ao mongabay.com que o treinamento deve aumentar a
capacidade dos estados e províncias participantes da GCF para monitorar
precisa e efetivamente suas florestas.
“Embora o progresso em nível
internacional esteja sendo lento na evolução de sistemas de MRV, os
estados e províncias em países em desenvolvimento estão indo em frente
com seus próprios programas de monitoramento florestal”, declarou
Stickler. “Ferramentas como o CLASlite podem apoiar esse esforço,
melhorar a precisão das estimativas de emissões e estimular a capacidade
técnica local de reduzir emissões do desmatamento e degradação.”
Imagem: Mapa da Amazônia peruana gerado com o CLASlite / Mongabay
Até amanhã,amig@s!
Traduzido por Jéssica Lipinski
Leia o original (inglês)
Leia o original (inglês)
Autor: Rhett A. Butler – Fonte: Mongabay
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