Uma estratégia contra as mudanças
climáticas pode vir, afinal, da geoengenharia. O planeta pode ficar
menos quente se mais sulfato de ferro for jogado nos mares. A teoria,
dada como morta após experimentos frustrados até três anos atrás,
ressuscitou na edição desta semana da revista “Nature”, com a divulgação
de novos resultados obtidos próximos à Antártica por uma equipe do
Instituto Alfred Wegener para Pesquisa Polar e Marinha (AWI). Se um
programa global for implantado — e bem-sucedido — como o da associação
alemã, a fertilização dos oceanos poderá enxugar da atmosfera cerca de 1
gigatonelada de carbono por ano, o equivalente a 10% das emissões de
gases-estufa.
Geoengenharia cultiva plâncton no Atlântico para aumentar absorção de CO2
O sulfato de ferro serve de alimento
para fitoplânctons, base da cadeia alimentar nos oceanos. Estes
organismos microscópicos capturam CO2 para o fundo do mar e, assim,
contribuem para amenizar o aquecimento global. Há, no entanto, regiões
no oceano em que a quantidade de ferro é insuficiente, o que dificulta o
crescimento do plâncton. Um destes pontos foi o eleito pela equipe do
AWI.
— A Corrente Circumpolar Antártica
(CCA), apesar de muito rica em nutrientes, tem produtividade baixa de
plânctons, porque o elemento essencial para toda a vida, o ferro, está
faltando — explica o pesquisador-chefe da expedição, Victor Smetacek. —
Selecionamos um redemoinho fechado de 60 quilômetros de comprimento e 4
quilômetros de profundidade dentro da corrente para realizar o Eifex,
como batizamos nosso experimento.
Em 2009, um experimento da mesma equipe
no Atlântico Sul foi frustrado porque as algas, antes mesmo de
crescerem, foram engolidas por pequenos crustáceos. Dessa vez, elas
conseguiram desenvolver um reservatório, que impedia o uso daqueles
organismos como pastagem.
Além da CCA, outras regiões como o
Pacífico Norte e o Oceano Equatorial sofrem com a mesma limitação de
ferro. No entanto, segundo Smetacek, a fertilização do oceano com a
substância teria um efeito maior sobre a captura de CO2 na atmosfera no
Oceano Antártico, onde o problema é maior.
A fertilização dos oceanos é uma das
teorias mais conhecidas da geoengenharia, um conjunto de técnicas para
mitigar o aquecimento global, como o desenvolvimento de escudos
espaciais para refletir a l
Até amanhã,amig@s!
Fonte: O Globo
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