Pesquisar este blog

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ferro contra mudanças climáticas


Uma estratégia contra as mudanças climáticas pode vir, afinal, da geoengenharia. O planeta pode ficar menos quente se mais sulfato de ferro for jogado nos mares. A teoria, dada como morta após experimentos frustrados até três anos atrás, ressuscitou na edição desta semana da revista “Nature”, com a divulgação de novos resultados obtidos próximos à Antártica por uma equipe do Instituto Alfred Wegener para Pesquisa Polar e Marinha (AWI). Se um programa global for implantado — e bem-sucedido — como o da associação alemã, a fertilização dos oceanos poderá enxugar da atmosfera cerca de 1 gigatonelada de carbono por ano, o equivalente a 10% das emissões de gases-estufa.
Geoengenharia cultiva plâncton no Atlântico para aumentar absorção de CO2
O sulfato de ferro serve de alimento para fitoplânctons, base da cadeia alimentar nos oceanos. Estes organismos microscópicos capturam CO2 para o fundo do mar e, assim, contribuem para amenizar o aquecimento global. Há, no entanto, regiões no oceano em que a quantidade de ferro é insuficiente, o que dificulta o crescimento do plâncton. Um destes pontos foi o eleito pela equipe do AWI.
— A Corrente Circumpolar Antártica (CCA), apesar de muito rica em nutrientes, tem produtividade baixa de plânctons, porque o elemento essencial para toda a vida, o ferro, está faltando — explica o pesquisador-chefe da expedição, Victor Smetacek. — Selecionamos um redemoinho fechado de 60 quilômetros de comprimento e 4 quilômetros de profundidade dentro da corrente para realizar o Eifex, como batizamos nosso experimento.
Em 2009, um experimento da mesma equipe no Atlântico Sul foi frustrado porque as algas, antes mesmo de crescerem, foram engolidas por pequenos crustáceos. Dessa vez, elas conseguiram desenvolver um reservatório, que impedia o uso daqueles organismos como pastagem.
Além da CCA, outras regiões como o Pacífico Norte e o Oceano Equatorial sofrem com a mesma limitação de ferro. No entanto, segundo Smetacek, a fertilização do oceano com a substância teria um efeito maior sobre a captura de CO2 na atmosfera no Oceano Antártico, onde o problema é maior.
A fertilização dos oceanos é uma das teorias mais conhecidas da geoengenharia, um conjunto de técnicas para mitigar o aquecimento global, como o desenvolvimento de escudos espaciais para refletir a l

Até amanhã,amig@s!
 
Fonte: O Globo

Londres dá exemplo de austeridade e sustentabilidade


Mais de 4 bilhões de pessoas devem acompanhar hoje (27) a cerimônia oficial de abertura das Olimpíadas de Londres a partir das 20h de Londres (16h em Brasília) que contará com um espetáculo, mantido em segredo, e o desfile das delegações dos 192 países e 13 territórios. A solenidade será no Estádio Olímpico, um dos locais especialmente preparados para o maior evento esportivo do mundo.
Às vésperas da abertura das Olimpíadas, o governo do Reino Unido foi informado que a produção de riquezas do país caiu 0,7% entre abril e junho. Foi o terceiro trimestre consecutivo de queda no Produto Interno Bruto (PIB), acentuando ainda mais a percepção de que a crise se agrava no país.
O orçamento de Londres praticamente triplicou desde que a cidade foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos, em 2005. Mas em meio à crise econômica internacional, os responsáveis pelas obras se adaptaram aos novos apertos no orçamento e entregaram todas as instalações nos prazos previstos e pelo valor equivalente a 30 bilhões de reais, abaixo do que foi posteriormente negociado.
Apelidados de Jogos da Austeridade em meio ao contexto econômico de crise internacional, as Olimpíadas de Londres vão deixar um legado avaliado entre 10 e 13 bilhões de libras, valor que varia de R$ 31 a R$ 41 bilhões. Parte dos investimentos contribuiu para reabilitar a região leste da capital, que ganhou um parque olímpico novinho e que trouxe melhorias na rede de transporte, infraestrutura, comércio e moradia.
Londres deixa um exemplo ao conjugar rigor orçamentário com sustentabilidade pois a cidade foi escolhida também pelo projeto que privilegiou aspectos de respeito ambiental. Foram feitas obras que serão parcialmente desmontadas e reaproveitadas em outros locais, como a arena de basquete, que será totalmente desfeita e as arquibancadas para 12 mil pessoas deslocadas para o autódromo de Silverstone e outros locais.
O próprio Estádio Olímpico, maior palco dos Jogos, foi construído com 80 mil lugares, mas apenas 25 mil são permanentes. O futuro proprietário do local decidirá o destino das arquibancadas moduláveis.
Apesar da tensão, as autoridades britânicas se esforçaram para manter o clima de festa e receptividade a turistas que estão em Londres. Em Londres, há bandeiras do Reino Unido e de vários países estendidas nas árvores, além dos cinco anéis que simbolizam os Jogos Olímpicos.
Os organizadores enfrentaram muitos problemas na reta final, como a ameaça de greve de agentes da imigração, em busca de uma remuneração extra pela sobrecarga de trabalho, assim como taxistas que protestam contra o uso exclusivo de uma faixa nas ruas só para atletas e dirigentes olímpicos, e até a convocação de última hora de 1,2 mil militares para garantir a segurança.
Os militares foram convocados depois que a empresa contratada para o serviço anunciou que não tinha como garantir todos os agentes, inicialmente, destinados ao evento. A rede de transporte para o as regiões da cidade como o Parque Olímpico está saturada. Mas autoridades pedem paciência para a população e os turistas já que não há muito o que fazer.
É a terceira vez que Londres sedia o maior evento esportivo do planeta, após ter organizado o evento em 1908 e 1948. A expectativa é atrair, nos próximos 17 dias, mais de 1 milhão de visitantes de várias partes do mundo. As estimativas das autoridades são as de que a receita com o turismo chegue a 1 bilhão de libras (cerca de R$ 3,16 bilhões), nas duas semanas do evento.

 Até amanhã,amig@s!
 
*Com informações da emissora pública de rádio, RFI.
Fonte: Agência Brasil

Número recorde de baleias-francas é visto no litoral de Santa Catarina


Um número recorde de baleias-francas foi visto nesta quinta (26) e sexta-feira (27)  no litoral catarinense. Foram 103, de acordo com os monitoramentos feitos pelo Projeto Baleia Franca divulgados na tarde desta sexta (27).
Na primeira parte do sobrevoo, feito na quinta (26) foram vistos 62 animais entre Imbituba, no sul catarinense, e Torres, no Rio Grande do Sul. Na segunda parte, realizada na sexta (27), entre Imbituba e Lagoinha do Leste, em Florianópolis, foram observadas mais 41 baleias. Do total dos dois dias, 32 eram filhotes, muito deles bem pequenos, podendo ter nascido há poucos dias.
Desde julho de 2002, quando o primeiro monitoramento por voo foi realizado,  este é o ano em que mais baleias foram avistadas. O recorde anterior pertecia a 2009, quando foram vistos 61 animais. Alguns desses mamíferos, que estiveram no litoral catarinense há três anos, retornaram para procriar, já que o ciclo reprodutivo da espécie é trianual, segundo o Projeto Baleia Franca.
Também foi localizado um filhote albino, ocorrência rara na espécie devido à baixa probabilidade de combinação genética necessária para essa característica. “O resultado deste sobrevoo pode ser um reflexo do crescimento populacional da espécie e é uma recompensa por nossos esforços de conservação e pesquisa do Projeto Baleia Franca”, comemora Karina Groch, diretora de pesquisa da entidade.

 Até amanhã, amig@s!
 
Fonte: G1

Suspensão para portaria anti-indígena


O que é feito às pressas e às escuras é no mínimo questionável, e corre o risco de sofrer as devidas consequências. Foi o caso da duvidosa portaria 303/2012 publicada pela Advocacia-Geral da União (AGU) no último dia 17. Depois de uma série de críticas de organizações socioambientais, indigenistas e de direitos humanos, além do próprio órgão federal responsável, a Fundação Nacional do Índio (Funai), não demorou mais de uma semana para ogoverno anunciar a suspensão da norma.

 Parte da obra da hidrelétrica de Belo Monte, um dos controversos projetos do governo que burlam os direitos indígenas na Amazônia. (© Marizilda Cruppe / Greenpeace)

A suspensão se deve ao fato de que a portaria, que permite intervenções do poder público em Terras Indígenas sem a necessidade de consulta aos povos ou à Funai, vai contra a Constituição Federal e outros acordos internacionais assinados pelo Brasil. A Carta Magna e demais tratados obrigam a consulta às populações indígenas em quaisquer situações que as afetem.
Ignorando tais acordos e a lei brasileira, a AGU não teve outra alternativa que não recuar em sua precipitada e audaciosa decisão. Após a publicação, no Diário Oficial de hoje, do ato que suspende a portaria, deverão ser realizadas audiências públicas para consulta sobre as novas regras em um prazo de até 60 dias.
A decisão foi tomada numa reunião entre representantes da Funai, da Secretaria Geral da Presidência da República, do Ministério da Justiça e da Advocacia Geral da União, entre outros. Apesar dos esforços, porém, o adiamento não garante que o direito dos povos indígenas seja respeitado. Forças contrárias à preservação do meio ambiente e favoráveis aos grandes empreendimentos que destroem a floresta apoiam a decisão da AGU.
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), representante dos interesses de grandes proprietários ruralistas, por exemplo, comemorou a publicação da portaria. Já o Ministério Público Federal está atuando para derrubar os efeitos da mesma.

Até amanhã,amig@s!
 
Fonte: Greenpeace

Orangotango é isolada do público para parar de fumar na Indonésia


A orangotango Tori foi transferida para uma ilha isolada no zoológico Taru Juru, na Indonésia, como último recurso para ela parar de fumar, relata o “Jakarta Globe” citando informação desta quinta-feira (26) de funcionários do local.
A transferência ia acontecer em agosto e foi antecipada.
Tori, de 15 anos, aprendeu a fumar ao imitar os visitantes do zoológico, que jogavam as bitucas de cigarro dentro do local onde ela ficava.
A publicação conta que o animal coloca dois dedos na frente da boca quando quer fumar e fica bravo se ninguém está com um cigarro disponível no momento.

Até amanhã,amig@s!
 
Fonte: G1

Biodiversidade cai em metade das florestas tropicais, aponta estudo


Metade das áreas protegidas de florestas tropicais do mundo está sofrendo um declínio na biodiversidade, segundo uma análise feita em 60 reservas e publicada na edição desta semana da revista “Nature”.
Para avaliar como esses locais estão funcionando, o pesquisador William Laurance e outros autores estudaram um grande conjunto de dados sobre as mudanças ocorridas ao longo dos últimos 20 a 30 anos.
A avaliação revela uma grande variação no estado dessas reservas, e 50% vivenciam perdas substanciais na variedade de animais e plantas. Perturbação do habitat natural, caça e exploração das florestas são os maiores fatores para esse declínio.
As reservas tropicais representam um último refúgio para espécies ameaçadas e processos naturais dos ecossistemas, em uma época que cresce a preocupação quanto ao impacto do homem sobre o crescimento da biodiversidade.
O estudo indica que, muitas vezes, áreas protegidas estão ecologicamente ligadas aos habitats ao redor, razão pela qual o destino delas é determinado por mudanças ambientais internas e externas.
Portanto, os pesquisadores afirmam que os esforços para manter a biodiversidade não devem se limitar a reduzir os problemas dentro das reservas, mas promover mudanças também fora dessas áreas.

Até amanhã,amig@s!
 
Fonte: G1

Pescador encontra filhote de lobo-marinho em praia de Alagoas


Um filhote de lobo-marinho foi encontrado por um pescador nesta quarta-feira (25), na Praia do Pontal, em Maceió. Segundo pesquisadores do Instituto Biota de Conservação, o animal estava desidratado e muito magro.
Lobo-marinho é encontrado por pescador em praia do litoral de Alagoas (Foto: Divulgação/Instituto Biota de Conservação)
O pescador chamou os bombeiros, que isolaram o animal até a chegada de biólogos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Batalhão de Polícia Ambiental e do Biota.
Lobo-marinho é encontrado por pescador em praia do litoral de Alagoas (Foto: Divulgação/Instituto Biota de Conservação)
“O lobo-marinho está debilitado e precisa se recuperar. Vamos estudar a possibilidade de ele ser reintroduzido ao seu meio ambiente. Agora, não temos como afirmar que isso será possível”, disse o biólogo Bruno Stefanis.
Segundo ele, o animal foi visto no mar nesta terça-feira (24). “Ele mergulhava e fugia todas as vezes que alguém tentava se aproximar. Hoje [quarta-feira] ele deve ter se cansado até ficar encalhado na areia”.
Stefanis informou ainda que o Biota não tem condições de abrigar o lobo-marinho de forma permanente.
“Vamos alimentá-lo e medicá-lo até se recuperar totalmente. A partir daí saberemos qual será o destino dele.”
O biólogo informou que o lobo-marinho pode ter vindo até a praia alagoana por meio de correntes marítimas.
“Ele é típico de regiões mais frias, no Sul do país, da região da Argentina. Ainda estamos tentando identificar se o animal é um lobo marinho Arctocephalus tropicalis ou Arctocephalusaustralis”, disse Stefanis.

 Até amanhã,amig@s!

Fonte: Fonte: G1

Após seis dias, incêndio é controlado no Parque Nacional de Ilha Grande


Um incêndio que atinge desde o último sábado (21) o Parque Nacional de Ilha Grande, localizado na divisa dos estados do Paraná e de Mato Grosso do Sul, já está sob controle, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Pelo menos 20 quilômetros quadrados de vegetação foram destruídos pelo fogo nos últimos dias. O parque tem uma área total de 788 quilômetros quadrados.
O analista ambiental Térsio Pezenti, do ICMBio, disse à Agência Brasil que no fim da tarde de hoje (26) havia poucos focos de incêndio na região. “O fogo agora já está controlado, ele acabou de chegar a uma área de vegetação arbórea, de difícil queima”, explicou. “O tempo está nublado e com pouco vento. Vamos manter uma equipe de 12 pessoas monitorando o local.”
Os ventos fortes dos últimos dias e o fato de a área em torno do local afetado ser alagada dificultaram as operações de combate ao incêndio. As equipes chegaram a remover um trecho de vegetação para evitar que as chamas se alastrassem.
O fogo atingiu a região sul do parque, nos municípios de Guaíra e Altônia, ambos no Paraná. Um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo, o Parque Nacional de Ilha Grande abrange áreas de nove municípios, cinco do Paraná e quatro de Mato Grosso do Sul. Criado em 1997, o parque é formado por lagos, lagoas, áreas de várzea e cerca de 300 pequenas ilhas no Rio Paraná.
Há suspeitas de que o incêndio foi provocado por um morador que vive próximo ao parque. O caso será investigado pelo ICMBio, com o apoio da Polícia Federal. No último mês de março, outro incêndio destruiu cerca de 10 quilômetros quadrados de vegetação do parque.

Até amanhã,amig@s!
 
Fonte: Agência Brasil

Os oceanos e sua importância para os serviços ambientais


Na opinião de Leandra Gonçalves, coordenadora do Programa Costa Atlântica da SOS Mata Atlântica, os oceanos são bastante relevantes e poderiam ganhar um pouco mais de atenção da sociedade e dos tomadores de decisão. Na entrevista que concedeu por telefone para a IHU On-Line ela fala sobre a situação dos oceanos no mundo hoje e como o tema apareceu durante os debates da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. 
“É uma pena que os representantes, os negociadores e os líderes de Estado tenham perdido uma oportunidade tão importante quanto a Rio+20 de ter colocado metas numéricas, que poderiam ser alcançadas em determinados prazos, e ter jogado esse compromisso para 2014 e 2015”.
Leandra Gonçalves (foto abaixo) graduou-se em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e é mestre em Ecologia e Comportamento Animal pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Trabalhou junto ao Centro de Estudos para a Conservação Marinha (Cemar), participando e coordenando o Projeto Baleia de Bryde. Em 2007, passou a integrar a equipe do Greenpeace Brasil, onde coordenou a campanha contra a caça de baleias, em defesa dos oceanos e a campanha de clima e energia. Trabalhou recentemente com o conflito existente na costa brasileira entre a conservação da biodiversidade e a exploração de petróleo. É aluna de doutorado do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, onde estuda os oceanos no âmbito das conferências das Nações Unidas. Atualmente coordena o Programa Costa Atlântica da SOS Mata Atlântica.
 HU On-Line – Muitos ambientalistas, apesar de criticarem a Rio+20, apontaram a discussão sobre a preservação dos oceanos como algo importante. Como avalia a discussão que ocorreu na Conferência?
Leandra Gonçalves – Ter o tema dos oceanos como uma das discussões principais da Rio+20 foi relevante, porque pela primeira vez se viu o assunto ter uma cobertura midiática e um acompanhamento da sociedade civil de forma extensa. Também foi a primeira vez que temas relacionados à proteção dos oceanos fizeram parte do texto da Conferência geral. A presença do debate, o envolvimento da sociedade civil, dos atores da academia e de organizações internacionais, são de fato um grande avanço. O lamentável é que pouco se tem de concreto no texto aprovado na Conferência final – ainda muito gasoso, flexível e genérico – que é o que acontece nas conferências internacionais, quando se precisa atingir o consenso de 193 países que apresentam diferentes graus de desenvolvimento e envolvimento com a questão. É uma pena que os representantes, os negociadores e os líderes de Estado tenham perdido uma oportunidade tão importante quanto a Rio+20 de ter colocado metas numéricas, que poderiam ser alcançadas em determinados prazos, e ter jogado esse compromisso para 2014 e 2015.
IHU On-Line – Recentemente você declarou que a criação de áreas marinhas protegidas é a melhor ferramenta para a preservação, recuperação e manutenção dos oceanos, no seu desempenho como regulador do clima do planeta. Qual a função dos oceanos para garantir a sustentabilidade do planeta?
Leandra Gonçalves – Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e têm uma importância fundamental para regular todo o equilíbrio climático do planeta. Além disso, são considerados uma das principais fontes de proteína para alimentar a população brasileira e um dos ambientes onde se encontra a maior taxa de biodiversidade. Então, os oceanos têm uma importância bastante grande no que se refere à manutenção desses serviços ambientais. É uma pena, de fato, que muitas das decisões voltadas à questão do meio ambiente sejam estritamente relacionadas às florestas. Não que elas não mereçam a devida atenção, sem dúvida é uma questão importante, mas os oceanos também são bastante relevantes e poderiam ganhar um pouco mais de atenção da sociedade e também dos tomadores de decisão.
IHU On-Line – Como acontece hoje a proteção e preservação dos oceanos? Na prática, como é possível criar essas áreas de proteção?
Leandra Gonçalves – A melhor ferramenta são as áreas marinhas protegidas. São unidades de conservação marinha, espaços protegidos no mar, que devem seguir determinadas regras e regulamentações, mas que têm como função básica produzir e criar espaço e tempo para a natureza se recuperar. Hoje sabemos que os peixes, moluscos, mamíferos marinhos, corais, plânctons, estão constantemente sofrendo pressões de variados vetores. Tem o vetor do aquecimento global, da exploração de petróleo e gás; tem a questão da sobrepesca, da pesca ilegal, da sobre-exploração pesqueira; tem o fato da poluição atmosférica e terrestre; tem o lixo do mar. Todos esses são vetores que ameaçam a biodiversidade marinha. Para que essa biodiversidade se recupere, a melhor forma é o Estado criar essas unidades de conservação, que é o que chamamos hoje de áreas marinhas protegidas.
IHU On-Line – Como vislumbra a possibilidade de uma governança global dos oceanos?
Leandra Gonçalves – Sem dúvida nenhuma, essa é uma necessidade. Hoje, cada país costeiro tem soberania por 200 milhas náuticas a contar do seu limite de costa, ou seja, o Brasil tem que ter governança marinha nacional ao longo das 200 milhas náuticas da costa brasileira. Para além destas, que é parte da soberania de cada país, ainda nos restam 67% de mar brasileiro que é praticamente o “mar de ninguém”, porque não tem nenhuma gestão, nenhuma regulamentação. Em outras palavras, países que têm condições tecnológicas de ultrapassar esse limite das 200 milhas náuticas, podem fazer nesses 67% de águas “internacionais” atividades exploratórias que bem lhe interessarem. O que se discutiu bastante na Rio+20 foi a necessidade de ter um tratado internacional que fosse, inclusive, destinado a proteger também esse mar que está sem regulamentação.
IHU On-Line – Como o Brasil se posiciona diante das discussões acerca da preservação dos oceanos? Como esse tema aparece na política ambiental do Estado brasileiro?
Leandra Gonçalves – O Brasil, ao longo da discussão da Conferência Rio+20 sobre o tema dos oceanos, foi favorável ao aumento da governança ambiental internacional. No entanto, o que não vemos muito no governo brasileiro é esse mesmo interesse em preservar a zona costeira marinha brasileira. Um exemplo claro disso é a região do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, uma das regiões de maior biodiversidade de todo o Oceano Atlântico Sul, localizado no extremo sul da Bahia, onde encontramos a única área de reprodução de baleias jubarte e a maior área de recifes de corais de todo o Atlântico Sul. Além disso, é a região onde sobrevivem mais de 25 mil pescadores e comunidades tradicionais. Essa área hoje sofre ameaças do impacto do aquecimento global, da exploração de petróleo e gás, e também da sobrepesca. O governo brasileiro perdeu a oportunidade, durante a Rio+20, de criar e de ampliar essa área do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, garantindo uma maior proteção à biodiversidade.
IHU On-Line – Qual é a situação ambiental dos oceanos, considerando que acontecem vazamentos de petróleo, por exemplo, no mar? É possível avaliar qual dos oceanos está mais preservado?
Leandra Gonçalves – Em termos de legislação para a proteção do mar, a Austrália e a Nova Zelândia estão entre os países que mais têm interesse na preservação. Recentemente, até durante a Conferência Rio+20, a Austrália anunciou a criação de uma das maiores áreas marinhas protegidas do mundo. No entanto, é muito difícil dizer qual é o oceano mais protegido. Mas acredito que o entorno da Austrália e da Nova Zelândia é a região mais protegida no mundo hoje.
IHU On-Line – Como você avalia as discussões em torno da criação do Santuário Atlântico Sul e a reprovação do projeto?
Leandra Gonçalves – Isso é uma pena muito grande. Há mais de 12 ou 13 anos que o governo brasileiro é proponente da criação desse santuário para a conservação de baleias e de golfinhos no Oceano Atlântico Sul, juntamente com a África do Sul, a Argentina e o Chile. Todos os anos, ao longo das discussões da Comissão Internacional da Baleia, o governo brasileiro lança a proposta do santuário, mas ela sempre é recusada. É uma pena que o Japão continue anualmente realizando a compra dos votos – o que já foi denunciado por muitas organizações não governamentais –, impedindo a aprovação de mais proteção para baleias e golfinhos na região do Atlântico Sul.

Até amanhã, amig@s!
 
Fonte: IHU – Online

Brasil é campeão na geração de lixo eletrônico por habitante


O mundo está ficando pequeno demais para tanto lixo eletrônico. São aproximadamente 50 milhões de toneladas por ano. Os Estados Unidos lideram o ranking com três milhões de toneladas, seguidos de perto pela China, com mais de dois milhões de toneladas anuais.
Hoje, o lixo eletrônico cresce três vezes mais que o lixo convencional e, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a situação é mais preocupante nos países emergentes. Principalmente no Brasil, campeão na geração de lixo eletrônico por habitante: meio quilo por ano.
O lixo eletrônico cresce três vezes mais que lixo convencional e, segundo a ONU, a situação é mais preocupante nos países emergentes.

O problema é que a maior parte desses resíduos não tem ainda destinação adequada. Um risco para o meio ambiente e a saúde. “Os principais metais pesados são chumbo e mercúrio. Estes metais geralmente fazem mal para o aparelho respiratório e também para o aspecto neurológico”, fala a coordenadora do Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), Tereza Cristina Carvalho.
O maior centro público de descarte e reúso de lixo eletrônico da América Latina funciona num galpão de 450 metros quadrados, na Universidade de São Paulo (USP). Para o local são levados até 20 toneladas de resíduos por mês. A maior concentração de metal pesado está nos televisores de tubo que concentram até seis quilos de chumbo por unidade, ou nos antigos monitores de computador, que reúnem até quatro quilos do mesmo metal cada um.
Toneladas de veneno se misturam com diversos tipos de plásticos, metais e componentes, material jogado fora, mas que tem alto valor de mercado. Sem contar as máquinas que, em muitos casos, ainda funcionam.
Do lado do galpão da USP, um grupo de catadores aprende a desmontar computadores do jeito certo. O curso atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê a inclusão dos catadores de lixo.
“São duas lições principais: a primeira é a questão da segurança, sobre como não se contaminar trabalhando com lixo eletrônico, e a segunda, que é mais interessante para os catadores, é a questão da renda. Em média, a desmontagem e a separação de cada uma das peças valoriza, em até dez vezes, o valor da sucata de ferro”, explica o estudante de mestrado da Poli-USP, Walter Akio Goya.
“O que era vendido por R$ 50, hoje em dia a gente chega a alcançar até R$ 1,5 mil com a venda”, fala o catador André Luis Gonçalves.
Cada tipo de material vai para uma empresa de reciclagem diferente. O centro já doou e emprestou 800 computadores reciclados para projetos sociais, e a própria USP usa componentes e peças no conserto de seus computadores.
Quem também está aprendendo a transformar lixo eletrônico em dinheiro é a garotada do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. A Fábrica Verde já formou 360 técnicos em informática. Para cada três computadores doados, um é reconstruído e entregue para associações de moradores, ONGs e creches que atuam nas comunidades.
“Primeiro daqui eu vou levar para minha comunidade. Eu começo com meus parentes. Automaticamente, quando você começa a se associar a um, um espalha para o outro e assim vai crescendo. Hoje eu sou uma pessoa na Fábrica Verde, mas amanhã é um grupo todo”, avisa Geraldo Natal de Almeida.
A Fábrica Verde já doou 20 toneladas de material reciclado para reaproveitamento em vários setores e também oferece cursos de empreendedorismo.
“A gente tem exemplos de jovens que de alguma forma tinham alguma ligação com o tráfico e hoje encontram uma perspectiva diferente. Quer dizer, uma nova forma de ganhar a vida e, ao mesmo tempo, também saindo daqui com uma consciência social completamente diferente, enfim, que na realidade nem existia”, afirma a coordenadora do projeto Fábrica Verde, Ingrid Gerolimich.
André Trigueiro é jornalista com pós-graduação em Gestão Ambiental pela Coppe-UFRJ onde hoje leciona a disciplina Geopolítica Ambiental, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC-RJ, autor do livroMundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação, coordenador editorial e um dos autores dos livros Meio Ambiente no Século XXI, e Espiritismo e Ecologia, lançado na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, pela Editora FEB, em 2009. É apresentador do Jornal das Dez e editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.

 Até amanhã,amig@s!
 
Fonte: Envolverde

Novos problemas para os corais


A maior parte dos corais do mundo prospera em zonas marinhas pouco profundas, às quais chega a luz que precisam para crescer. Contudo, o acelerado aumento do nível do mar, pelo derretimento dos gelos polares, porá fim a essa vantagem. Medições feitas em regiões tropicais revelam que a elevação de seus mares (de 3,3 milímetros ao ano) está ocorrendo em um ritmo mais acelerado do que o do crescimento de muitos corais nos últimos dez mil anos, indicam pesquisas divulgadas no XII Simpósio Internacional sobre Arrecifes de Coral.
O excesso de dióxido de carbono está afetando a acidez dos oceanos, que já absorveram cerca de um terço de todas as emissões humanas desse gás de efeito estufa.
 
A maioria dos corais só prospera em águas pouco profundas, às quais chega abundante luz solar. O Mar do Caribe teve, alguma vez, 60% de sua área coberta por corais, que hoje ocupam apenas 10% dela, disse o professor emérito Jeremy Jackson, do Instituto de Oceanografia Scripps da Califórnia, em seu discurso no Simpósio, que aconteceu entre os dias 9 e 13 deste mês, na cidade australiana de Cairns. “Os corais são ecossistemas cruciais e ameaçados”, ressaltou. A elevação do mar é apenas uma dessas ameaças, além da sobrepesca, da contaminação e do branqueamento provocado pelo aquecimento global, acrescentou.
Uma peça colorida de coral é formada por milhares de diminutos animais, pólipos, que criam ao seu redor esqueletos calcários com forma de taça, usando cálcio da água do mar. As cores são dadas pelas microalgas que vivem em simbiose com eles. Geração após geração, os pólipos coralinos vivem, constroem uma parte do esqueleto que depois será arrecife e morrem. Esse habitat que criam é para eles mesmos e para cerca de 30% de todas as espécies que habitam os oceanos.
Quando os corais sofrem temperaturas muito altas ou contaminação, começam a ficar descoloridos pela morte das algas, se tornam vulneráveis às doenças e morrem se o branqueamento durar muito tempo. Os corais fracos ou mortos se quebram e seus escombros são arrastados pelas ondas e por tempestades.
É possível que a Jamaica seja o país do Caribe onde os arrecifes tenham se deteriorado mais. Subsistem apenas entre 5% e 10%, por culpa da contaminação e da pesca excessiva. “Isto acontece pelo fato de a população ser muito pobre”, pontuou Jeremy. Entretanto, cada ilha é diferente. As também caribenhas Bonaire e Curaçao mantêm entre 20% e 30% de sua superfície original, que poderia ser aumentada com bom manejo, criação de áreas proibidas para pesca, redução da contaminação procedente da terra e acesso controlado de turistas, destacou.
“Os arrecifes proporcionam proteção costeira, alimentos, turismo e outros serviços importantes, e perdê-los terá enormes consequências para a sociedade humana”, disse Roberto Iglesias Prieto, pesquisador do Instituto de Ciências do Mar e Limnologia da Universidade Nacional Autônoma do México. Um estudo feito em Belize estima que, sem arrecifes para proteger as comunidades costeiras, as tempestades poderiam causar prejuízos de até US$ 240 milhões. Cerca de um bilhão de pessoas dependem direta ou indiretamente dos arrecifes para seu sustento, e mais de dois bilhões têm nos pescados e mariscos sua principal fonte de proteínas.
“Com exceção de uns poucos pontos muito isolados, a qualidade dos arrecifes coralinos se deteriorou em todo o mundo, e continuará em declínio”, indicou Roberto. “Perder os benefícios e serviços proporcionados pelos arrecifes será uma tragédia para a humanidade”, declarou ao Terramérica. Há consenso entre os cientistas de que é quase certo que esses serviços vitais se perderão, a menos que sejam tomadas medidas urgentes para reduzir as emissões de dióxido de carbono que esquentam e acidificam os oceanos.
“Quando o explorador britânico James Cook navegou por Cairns, há menos de 300 anos, a atmosfera continha 280 partes por milhão (ppm) de dióxido de carbono. Agora, são 392 ppm”, disse a cientistas Janice Lough, do Instituto Australiano de Ciências Marinhas. Nos oceanos tropicais, a maioria das espécies vive em águas que apresentam variação de temperatura muito reduzida, entre dois e três graus. Se as temperaturas sobem mais e por períodos prolongados, algumas não resistem e nem sempre podem ir para outra parte, acrescentou Janice. “Pequenas mudanças podem ter grandes impactos”, explicou ao Terramérica.
Em muitos arrecifes tropicais, o crescimento e a reprodução de peixes diminuem quando a temperatura da água aumenta apenas dois ou três graus, afirmou Philip Munday, pesquisador da Escola de Biologia Marinha e Tropical da Universidade James Cook, da Austrália. Uma mudança aparentemente pequena, mas inesperada, é que o excesso de dióxido de carbono está afetando a acidez dos oceanos, que já absorveram cerca de um terço de todas as emissões humanas desse gás de efeito estufa. Embora esse mecanismo ajude a reduzir o aquecimento do clima mundial, o excesso de dióxido de carbono está alterando a composição química dos oceanos, fazendo com que suas águas sejam 30% mais ácidas.
Philip também descobriu que a maior acidez oceânica afeta de modo surpreendente o comportamento dos peixes. “A acidez que estimamos haverá antes do final deste século afeta o sistema nervoso central de algumas espécies, alterando seus sentidos do olfato e da audição e suas reações”, explicou. Nessas condições, o colorido peixe palhaço (Amphiprion ocellaris), famoso por causa do filme Procurando Nemo, fatalmente se sentirá atraído pelo cheiro dos predadores, acrescentou. Estas “deficiências sensoriais” dos peixes de arrecife e dos grandes predadores marinhos vão se manifestar quando houver na atmosfera entre 600 e 850 ppm de dióxido de carbono, que é o esperado para antes do final deste século se não forem adotadas medidas para reduzir as emissões, concluiu Philip.
A velocidade destas transformações dos oceanos é a maior já enfrentada pela capacidade de adaptação das espécies, segundo mais de 2,5 mil cientistas marinhos afirmam na Declaração de Consenso sobre Mudança Climática e Arrecifes de Corais, divulgada no Simpósio. No entanto, há “lampejos de esperança”, por exemplo em Bonaire, Curaçao e outros lugares onde se pôs em prática um bom manejo dos arrecifes e foram reduzidos os impactos sobre estes sistemas, enfatizou Jeremy. “Felizmente, as ações positivas para a sociedade humana (como reduzir as emissões) também são boas para os arrecifes”, observou.

Até amanhã, amig@s!
 
Fonte: Envolverde

domingo, 29 de julho de 2012

Política Nacional de Resíduos Sólidos é debatida por catadores e empresários no Rio

A participação dos catadores de material reciclável na coleta seletiva e o envolvimento da população na separação do lixo estiveram no centro das discussões sobre a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em evento ocorrido hoje (24) na capital fluminense. Catadores e empresários concordaram sobre a importância de se valorizar cada vez mais a coleta seletiva do lixo.
Um dos coordenadores do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) , Custódio da Silva, cobrou, durante os debates, um levantamento que identifique os catadores que trabalham nos 47 lixões ainda em funcionamento na região metropolitana do Rio e a urgência na contratação das cooperativas para a separação do lixo, aproveitando o material reciclável. “Queremos fazer o mesmo serviço que a prefeitura paga para as empresas privadas e que, segundo a lei, seria de nossa responsabilidade”, disse.
Ele também falou sobre a atual situação dos catadores de lixões que foram fechados em vários municípios da região metropolitana como Belford Roxo, São Gonçalo, Niterói, Magé e em Campos dos Goytacazes, na região norte. Nesses locais, segundo Silva, os catadores ficaram sem perspectiva de emprego e renda, contrariando o que diz a legislação no caso do fechamento das unidades.
O diretor executivo do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), André Vilhena, defendeu a diminuição de impostos sobre produtos recicláveis. Segundo ele, isso incentivaria o consumo consciente e a aplicação de mais recursos em tecnologia e na logística reversa (recolhimento pela empresa do produto descartado). “Devíamos praticamente zerar impostos federais”, disse.
Preocupados com a obrigatoriedade de as empresas recolherem determinados produtos como pilhas e baterias, que não podem ser descartadas no lixo comum (a chamada de logística reversa), as empresas privadas também aproveitaram para destacar o papel dos catadores, que, pela capilaridade da atuação, são fundamentais para ajudar na reciclagem.
Os empresários defenderam a inclusão dos catadores na cadeia do material reciclável. Na avaliação deles, os trabalhadores têm condições de coletar itens de forma mais eficiente que as prefeituras, ajudando a reduzir os gastos com o que é depositado em aterros privados e com a coleta que é feita, muitas vezes, por empresas terceirizadas.
Além de catadores, gestores públicos e representantes do setor industrial, os candidatos à prefeitura carioca nas eleições deste ano também participaram dos debates. Estiveram presentes: Aspásia Camargo (PV), Rodrigo Maia (DEM), Cyro Garcia (PSTU), Fernando Siqueira (PPL), Otavio Leite (PSDB) e Marcelo Freixo (PSOL). Antonil Carlos (PCO) e o prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, não compareceram.

Até amanhã, amig@s!
Fonte: Agência BRasil

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Belo Monte: Ministério Público pede suspensão da obra

O Ministério Público Federal entrou com ação cautelar contra a Norte Energia, responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, por descumprir as condicionantes impostas para obtenção da licença de instalação, dada pelo Ibama. O Ministério Público quer a suspensão da obra. O pedido foi protocolado ontem, segunda-feira (23), junto à Justiça de Belém. Por omissão na fiscalização do cumprimento das condicionantes, o Ibama também virou réu no processo.
Não é a primeira vez que a Norte Energia é punida ou contestada por não cumprir com acordos firmados na construção da usina. No ano passado, o Ministério Público pediu a suspensão da licença de instalação pelo mesmo motivo.

No mês passado, em plena realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, índios ocuparam um canteiro de obras de construção da barragem de Belo Monte, exigindo que a empresa mantenha sua palavra e implemente logo o Plano Básico Ambiental – componente indígena (PBA), que deveria estabelecer e colocar em práticaos programas de compensação e mitigação dos impactos já sentidos na região.

No início do ano, a Norte Energia foi multada pelo Ibama em R$ 7 milhões devido ao descumprimento de condicionantes e por apresentar dados falsos sobre o andamento de projetos. Em 24 programas e projetos − como os de saúde e segurança, saneamento, acompanhamento das comunidades, atendimento social, monitoramento da qualidade da água e vários ligados à conservação da fauna − foram identificados falhas e omissões, o que caracteriza infração administrativa.

“As condicionantes estabelecidas na licença prévia não foram cumpridas, sendo postergadas e incorporadas na licença parcial de instalação e, posteriormente, na licença de instalação, fase na qual continuam sendo tratadas pelo empreendedor como mero requisito formal, cujo cumprimento pode ser diferido no tempo, divorciado de qualquer cronograma ou promessa que seja necessária para garantir que as obras continuem, mesmo que o custo socioambiental deste comportamento seja insustentável”, diz o texto da ação assinada pelos procuradores da República Felício Pontes Jr., Ubiratan Cazetta, Meliza Barbosa e Thaís Santi.

A ação cautelar Processo nº 20224-11.2012.4.01.3900 está na 9ª Vara Federal em Belém e se junta ao processo aberto em 2011 (processo 18026-35.2011.4.01.3900), que também pedia a anulação da licença de instalação por descumprimento das condicionantes impostas pelo órgão ambiental para a obtenção da licença.

 Até amanhã, amig@s!

*Com Informações da Ascom do MPF.

Fonte: EcoD

Maior parte dos estados e municípios não tem Plano de Gestão de Resíduos Sólidos


A maior parte dos estados e municípios brasileiros ainda não elaborou seu Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, apesar de o prazo para concluir o projeto – que deve indicar como será feito o manejo do lixo em cada localidade – estar próximo do fim. A partir de 2 de agosto, a cidade que não tiver o planejamento fica impedida de solicitar recursos federais para limpeza urbana. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, até o momento houve apenas 47 pedidos de verba para construção dos planos, entre solicitações de administrações municipais e estaduais.
Como não é obrigatório pedir auxílio da União para elaborar os planejamentos, pode haver projetos em curso dos quais o ministério não tenha ciência. Mas a avaliação do órgão é a de que o interesse pela criação dos planos de gestão é baixo, mesmo que se leve em conta estados e municípios atuando por conta própria. “O pessoal tinha outras demandas e foi deixando de lado. Agora o prazo está se esgotando e a maioria não elaborou [o projeto]”, diz Saburo Takahashi, gerente de projetos da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.
As cidades e unidades da Federação tiveram dois anos para construir seus planos de manejo de resíduos, cuja criação está prevista na Lei n° 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. As consequências do pouco comprometimento com a exigência federal poderão ser sentidas cedo por estados e municípios. “De acordo com a legislação, até 2014 devem ser eliminados todos os lixões do Brasil. Para isso, será preciso implantar aterros sanitários, o que não se faz da noite para o dia. As cidades e estados que não tiverem plano de gestão não vão poder solicitar recursos para fazer isso”, destaca Takahashi.
O represente do ministério reconhece, porém, que a verba disponível para ajudar municípios e unidades da Federação a elaborar os planos é escassa. No ano passado, houve destinação de R$ 42 milhões para essa finalidade, dos quais R$ 36 milhões foram usados. Este ano não foi disponibilizado dinheiro, e o governo federal limitou-se a liberar os R$ 6 milhões que não haviam sido executados em 2011.
Saburo Takahashi ressalta, no entanto, que o ministério redigiu um manual de orientação para ajudar prefeitos e governadores na elaboração do plano, disponível no site do órgão (www.mma.gov.br). Além disso, a pasta firmou convênio com a e-Clay, instituição de educação a distância que pode treinar gratuitamente gestores para a criação do plano de manejo. Interessados devem entrar em contato pelo telefone (11) 5084 3079.
A pesquisadora em meio ambiente Elaine Nolasco, professora da Universidade de Brasília (UnB), considera positiva a capacitação a distância, mas acredita que para tornar a gestão de resíduos uma realidade é preciso mais divulgação desse instrumento, além da conscientização sobre a importância do manejo do lixo. “Tem que haver propaganda, um incentivo para as pessoas fazerem isso [o curso]”, opina. Elaine acredita que a dificuldade para introdução de políticas de manejo – como reciclagem e criação de aterros sanitários – atinge sobretudo os municípios pequenos, com até 20 mil habitantes. “Faltam recursos e contingente técnico nas pequenas prefeituras”, destaca.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), João Zianesi Netto, também avalia que faltou capacitação e conscientização. “Alguns [Não criaram o plano] por ignorância, outros por desconhecimento técnico. Em muitos municípios de pequeno e médio porte, a destinação dos resíduos é gerenciada por pessoas que não têm a formação adequada. Além disso, há uma preocupação de que quando você começa a melhorar a questão ambiental você aumenta os custos”, afirma.
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziluldoski, reclama da falta de auxílio financeiro para que as prefeituras cumpram as determinações da Lei n°12.305. Segundo ele, são necessários R$ 70 bilhões para transformar todos os lixões em aterro sanitário, até 2014. “Isso equivale à arrecadação conjunta de todos os municípios do país. Quando acabar o prazo, os prefeitos estarão sujeitos a serem processados pelo Ministério Público por não terem cumprido a lei”, disse. De acordo com ele, a estimativa da CNM é que mais de 50% das cidades brasileiras ainda não elaboraram os planos de gestão de resíduos.
Até amanhã, amig@s!
 
Fonte: Agência Brasil

EUA defendem plano ambiental global para reduzir poluição do ar


A redução da fuligem e de outros poluentes do ar pode ajudar a “ganhar tempo” na luta contra a mudança climática, disse uma autoridade norte-americana nesta terça-feira (24), enquanto sete países se uniram a um plano ambiental liderado por Washington.

A poluição atmosférica, proveniente de fontes que vão dos fogões a lenha da África aos carros na Europa pode ser responsável por até 6 milhões de mortes por ano no mundo e ainda contribui para o aquecimento global, afirmou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Sete países (Grã-Bretanha, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália e Jordânia) uniram-se formalmente à Iniciativa para o Clima e o Ar Limpo, liderada pelos EUA, elevando o total de membros para cerca de 20 desde que o plano foi lançado, em fevereiro.
“Se formos capazes de fazer isso, poderíamos de fato ganhar tempo no contexto do problema global de combater a mudança climática”, disse em Paris o enviado especial adjunto dos EUA para mudança climática, Jonathan Pershing, em um briefing à imprensa por telefone.
Pershing afirmou que é preciso “desesperadamente” de tempo para desacelerar o aquecimento global. Diferentemente de outros países desenvolvidos, os EUA não aprovaram leis para cortar as emissões de gases de efeito estufa, apesar dos cortes propostos pelo presidente Barack Obama.
EUA tenta atrair mais países para plano
Pershing disse que o governo dos EUA está tentando atrair mais países para o projeto sobre poluição atmosférica, incluindo a China e a Índia, que estão respectivamente na posição um e três no ranking de emissões de gases de efeito estufa. Os Estados Unidos estão em segundo lugar.
O plano liderado pelos EUA em Paris concentra-se em impor limites à fuligem, ao metano, ao ozônio no nível do solo e aos gases HFC. A fuligem, por exemplo, é capaz de acelerar o derretimento do gelo do Ártico quando cai como um pó escuro que absorve mais calor e derrete o gelo.
Em contraste, os planos da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a mudança climática concentram-se principalmente no dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa liberado pela queima de combustíveis fósseis, aos quais se atribui um aumento na ocorrência de estiagens, inundações, incêndios florestais e a elevação do nível dos oceanos.
Até amanhã, amig@s! 
 
Fonte: G1

Queda da população de borboletas-monarca deveria servir de alerta, afirmam cientistas


Devido à perda de habitats e ao aquecimento global, as populações das borboletas-monarca têm caído anualmente e a espécie pode muito em breve entrar na lista das ameaçadas. Mas não é só pelas monarcas que isso é preocupante; pesquisadores destacam que o sumiço das borboletas é um sinal da crise que afeta todos os ecossistemas.

“As borboletas-monarca estão para o clima e conservação como o canário está para as minas de carvão. São as primeiras a morrer e servem de sinal para um problema grave”, afirmou Maxim Larrivée, professor da universidade de Ottawa e criador doebutterfly.ca, portal lançado neste ano para a observação de borboletas.
Larrivée alerta que o desaparecimento das monarcas é um claro sintoma de que algo vai mal na biodiversidade. “As borboletas estão entre as espécies mais vulneráveis à mudanças, seja no clima ou no meio ambiente”, explicou.
Os problemas para as monarcas começam no México, onde passam o inverno. Mesmo com o desmatamento causado pela ocupação humana tendo caído, graças a ações de preservação, as borboletas não estão sobrevivendo ao clima extremo mais frequente.
“Não vemos mais o mesmo número de borboletas que víamos a cada ano no México”, afirmou Jorge Rickards, diretor do WWF.
Rickards atua em um programa com proprietários de terras na região das Montanhas Michoacan e tem conseguido frear o desmatamento, mas mesmo assim as monarcas não estão conseguindo se recuperar. Ele cobra mais atuação dos governos da América do Norte.
“Estados Unidos, Canadá e México sabem da importância das monarcas, mas quase todos os esforços de proteção são realizados por organizações não governamentais e cientistas”, disse.
Os padrões de migração das borboletas também estariam se alterando. Monarcas foram avistadas na cidade de Edmonton neste ano, muito mais ao norte do que o limite registrado na história. A população local está plantando flores para ajudar as borboletas a completarem seu ciclo para que possam realizar a viagem de volta ao sul.
“Foi uma grande surpresa. Mas estamos preocupados se será possível para as monarcas retornarem, pois precisam de locais para desenvolver suas larvas”, afirmou John Acorn, da Universidade de Alberta.
Em janeiro, um estudo publicado na Nature com 2.130 comunidades de borboletas e 9.490 de aves na Europa já alertava que os animais não estavam conseguindo acompanhar as mudanças climáticas.
Os pesquisadores consideraram os resultados alarmantes, pois aves e borboletas estão entre os animais que têm mais facilidade para se deslocarem e se adaptarem, e isso pode significar que outras espécies sofrerão ainda mais com o aquecimento global. Além disso, acreditam que a análise revela a importância das previsões do impacto das mudanças climáticas sobre os ecossistemas.

Até amanhã, amig@s!
 
Fonte: Instituto Carbono Brasil