Segundo o documento, desenvolvido pela SEIA e pela empresa de análises GMT Research, o país instalou 1.885 megawatts (MW) de capacidade fotovoltaica (PV) em 2011, mais do que o dobro dos 887 MW do ano anterior. Essa foi a primeira vez que o setor solar norte-americano instalou mais do que um gigawatt (GW) em um único ano.
Cerca de 800 MW da nova capacidade foram instalados pelo setor comercial devido à crescente demanda em estados como a Califórnia e Nova Jérsei. Os projetos em escala industrial foram responsáveis pela instalação de 758 MW. Já as instalações residenciais corresponderam a 297 MW.
De acordo com o relatório, as novas instalações contribuíram para que atualmente os Estados Unidos possuam 4 GW de energia solar fotovoltaica e 500 MW de capacidade solar concentrada (CSP). No último ano, o mercado solar norte-americano valia mais de US$ 8,4 bilhões.
“Em 2011, o mercado demonstrou por que os EUA estão se tornando o centro das atenções da [energia] solar global. Foi o primeiro ano com volumes significativos de instalações PV em larga escala; houve 28 projetos de PV individuais de mais de 10 MW em 2011, dos apenas dois em 2009”, observou Shayle Kann, diretor de gestão de prática solar da GMT Research.
“Além disso, o mercado continuou a se diversificar nacionalmente; oito estados instalaram mais de 50 MW de [energia] solar cada no último ano, comparados a apenas cinco estados em 2010. Todos esses são indicadores de um mercado vibrante”, acrescentou Kann.
E a análise sugere que essa tendência de crescimento deve permanecer nos próximos anos, ainda mais se os preços da tecnologia solar continuarem caindo. O documento estima que mais de 2.800 MW sejam instalados em 2012, e prevê uma taxa de crescimento de 30% até 2016. A CSP deve ter um desenvolvimento semelhante, com mais de 1 GW em construção e com a previsão de muitos novos projetos entrando em operação em 2013.
“A indústria solar é a indústria que cresce mais rápido nos Estados Unidos pelo segundo ano consecutivo. O que estamos vendo nos EUA é que as políticas estão trabalhando para abrir novos mercados e remover barreiras para a [energia] solar. A indústria está agora pronta para anos de crescimento e para a criação de dezenas de milhares de novos empregos”, comentou Rhone Resch, presidente e diretor executivo da SEIA.
Redução no carvão
Um dos fatores que pode ter contribuído com o aumento da instalação de capacidade solar nos Estados Unidos foi a redução da participação do carvão na geração mensal de energia do país.
Segundo a Administração de Informação de Energia (EIA), entre novembro e dezembro de 2011, a participação do carvão na geração mensal de energia dos EUA caiu 40%, uma marca que não era atingida desde março de 1978.
De acordo com a EIA, entre alguns dos fatores que contribuíram para este feito está o aumento da competitividade de outras energias, como o gás natural e as renováveis. Ainda conforme o órgão, a participação destas últimas no crescimento da geração de eletricidade entre 2010 e 2035 poderá chegar a 33%.
O fechamento de 106 usinas carboníferas no país entre janeiro de 2010 e fevereiro de 2012 também pode ter tido um papel importante nesta redução. Esse número representa a não-emissão de 162 milhões de toneladas de carbono por ano, o equivalente 9% da frota de veículos dos EUA.
Tarifa para produtos solares chineses
Confirmando o discurso de Resch, outro fator que poderá ajudar a desenvolver ainda mais a indústria solar dos EUA foi a aprovação de um projeto de lei pelos parlamentares norte-americanos na última semana que possibilita que o Departamento de Comércio norte-americano aplique direitos de compensação sobre produtos solares chineses, acusados de serem subsidiados ilegalmente.
O projeto de lei foi criado em resposta a uma decisão do Tribunal de Recursos do Circuito Federal, que constatou que a lei norte-americana proíbe o Departamento de Comércio de aplicar direitos de compensação em casos como este.
Nos EUA, algumas companhias apresentaram uma ação contra a indústria solar chinesa, alegando que os subsídios oferecidos aos produtos chineses vendidos na região estavam tornando a concorrência com as empresas locais desleal. O presidente Barack Obama deve aprovar o projeto de lei brevemente.
Autor: Jéssica Lipinski – Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais
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