O complexo cabo-de-guerra sobre a imposição de tarifas dos EUA em produtos solares da China, acusados de estarem recebendo subsídios ilegais de seu país de origem, parece ter chegando a um resultado provisório. Nesta terça-feira (20), o Departamento do Comércio dos EUA decidiu que serão impostas taxas sobre os artigos solares chineses, que variarão entre 2,9% e 4,73%. Resta saber agora quem sairá ganhando e quem sairá perdendo na competição solar.
O complexo cabo-de-guerra sobre a imposição de tarifas dos EUA em produtos solares da China, acusados de estarem recebendo subsídios ilegais de seu país de origem, parece ter chegando a um resultado provisório. Nesta terça-feira (20), o Departamento do Comércio dos EUA decidiu que serão impostas taxas sobre os artigos solares chineses, que variarão entre 2,9% e 4,73%. Resta saber agora quem sairá ganhando e quem sairá perdendo na competição solar.
A decisão foi bem recebida por muitos produtores solares norte-americanos. “Estamos satisfeitos e em grande parte nos sentimos vingados”, comemorou Robert Petrina, diretor de gestão da Yingli Green Energy.
“Fico feliz que as práticas de comércio ilegais das [companhias] chinesas foram percebidas”, concordou Frank Asbeck, diretor executivo da SolarWorld, que moveu uma ação judicial contra as empresas chinesas.
“O anúncio de hoje afirma o que os produtores dos EUA já sabiam: os produtores chineses receberam subsídios injustos e ilegais. Apreciamos o trabalho duro do Departamento do Comércio de trazer esses subsídios à luz, e estamos ansiosos para resolver todas as práticas de comércio ilegais da China na indústria solar”, observou Steve Ostrenga, diretor-executivo da Helios Solar Worker e fundador da Coalizão para Fabricação Solar Americana (CASM).
Alguns fabricantes, inclusive, acreditam que as tarifas impostas pelo departamento foram baixas demais. “Os encargos impostos são muito menores do que as demandas, assim como as expectativas dos analistas. Vemos essa decisão como negativa para as fabricantes europeias e norte-americanas ”, comentou Erkan Aycicek, analista da LBBW.
Já os produtores e representantes do governo chinês criticaram a decisão, afirmando que ela não beneficiará nem a fabricação da China nem o setor solar norte-americano, pois o recente crescimento da indústria nos EUA foi em parte conduzido pelos produtos chineses devido a seus preços mais baixos, que tornaram a energia solar nos EUA mais competitiva.
“As restrições dos EUA em produtos de células solares prejudica os interesses tanto da China quanto dos Estados Unidos”, declarou o Ministério do Comércio da China em seu website. “Se os EUA finalmente decidirem sobre a tarifa, os custos da energia solar nos EUA aumentarão muito e diminuirão o mercado de energia”, justificou a Câmara do Comércio da China para Importação e Exportação de Máquinas e Produtos Eletrônicos.
Mas devido aos baixos valores dos impostos, mesmo alguns analistas chineses acreditam que sua indústria não demorará a se recuperar. “As tarifas punitivas de menos de 5% serão manejáveis pelos fabricantes solares chineses, já que seus painéis são vendidos com preços 25% a 30% mais baratos do que os painéis feitos nos EUA”, explicou Min Li, diretor da firma de pesquisa em energias alternativas Yuanta Securities.
Mas a resolução do Departamento do Comércio não dividiu apenas norte-americanos e chineses. A Coalizão por Energia Solar Acessível (CASE) dos EUA analisou os prós e contras da decisão, e afirmou que, embora as taxas possam proteger os empregos do setor solar norte-americano, se elas forem muito altas poderão estagnar a industria, provocando o efeito contrário.
“A determinação preliminar de hoje pelo Departamento do Comércio de impor tarifas baixas às células e módulos solares importados é um resultado relativamente positivo da indústria solar dos EUA e seus 100 mil empregos”, disse Jigar Shah, co-fundador da CASE.
“No entanto, tarifas grandes prejudicarão os empregos americanos e prolongarão a dependência do mundo em combustíveis fósseis. Felizmente, a decisão atual não aumentará significativamente os preços solares nos Estados Unidos”, concluiu Shah.
Até amanhã, amig@s!
Autor: Jéssica Lipinski – Fonte: Instituto CarbonoBrasil
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