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quinta-feira, 15 de março de 2012

Derretimento da Groenlândia é observado em temperaturas mais baixas: estudo.

O derretimento completo da camada de gelo da Groenlândia pode ocorrer em temperaturas mais baixas do que o estimado anteriormente, mostrou um estudo no periódico Nature Climate Change, intensificando a ameaça e a severidade de um aumento do nível do mar.
O derretimento substancial do gelo terrestre poderia contribuir para um aumento do nível do mar de vários metros em longo prazo, ameaçando potencialmente as vidas de milhões de pessoas.


“Nosso estudo mostra que um limiar de temperatura para a fusão [da camada de gelo] existe e que esse limiar foi superestimado até agora”, disseram cientistas do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático e da Universidade Complutense de Madri, que usaram simulações de computador da evolução da camada de gelo para prever seu comportamento futuro.
Um derretimento completo da camada de gelo poderia ocorrer se as temperaturas globais subissem entre 0,8 e 3,2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, com uma melhor estimativa de 1,6 graus, afirmaram os cientistas.
Pesquisas anteriores sugeriam que a camada de gelo poderia derreter em uma faixa de 1,9 a 5,1 graus de aumento na temperatura, com uma melhor estimativa de 3,1 graus.
Cerca de 5% do gelo do mundo está na Groenlândia, que tem um quarto do tamanho dos Estados Unidos e possui 80% de seu território coberto por gelo. Se toda a camada derretesse, seria equivalente a um aumento de 6,4 metros no nível global do mar, mostraram pesquisas anteriores.
“Se a temperatura global ultrapassar significativamente o limiar por um longo tempo, o gelo continuará derretendo e não voltará a crescer – mesmo se o clima, depois de muitos milhares de anos, retornasse ao seu estado pré-industrial”, declarou o líder do grupo, Andrey Ganopolski, do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático.
Atualmente, o aquecimento global registrado é de 0,8 graus.
“Quanto mais excedermos o limiar, mais rápido a camada derrete”, disse Alexander Robinson, principal autor do estudo.
Se o mundo não tomar nenhuma atitude para limitar as emissões de gases do efeito estufa, a Terra poderá esquentar até oito graus Celsius.
“Isso resultaria em 20% de derretimento da camada de gelo dentro de 500 anos e uma perda completa em dois mil anos”, afirmou ele.
“Isso não é o que se chamaria de um colapso rápido. No entanto, comparado ao que tem acontecido na história de nosso planeta, é rápido. E já podemos estar nos aproximando de um limiar crítico.”
Se o aumento da temperatura for limitado a dois graus Celsius, um derretimento completo da camada de gelo poderia ocorrer em 50 mil anos, mostrou o estudo.
Traduzido por Jássica Lipinski - Leia o original (inglês)

Até amanhã, amig@s!

Autor: Nina Chestney – Fonte: Reuters – Disponível em: Instituto Carbono Brasil

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