A China e o Japão disseram nesta terça-feira que a decisão do Canadá de abandonar o Protocolo de Kyoto é “lamentável,” e pediram ao governo canadense que continue respeitando seus compromissos de redução das emissões de gases do efeito estufa.
O Canadá se tornou na segunda-feira o primeiro país a anunciar sua retirada do tratado. Grande produtor de energia, o país há tempos se queixa de que o acordo é inviável por não exigir reduções de grandes nações emergentes.
A China, maior emissor global de gases do efeito estufa decorrentes da atividade humana, insiste que o Protocolo de Kyoto continua sendo a base dos esforços globais contra a mudança climática.
Na recém-concluída conferência climática de Durban, a China conseguiu prorrogar a vigência do Protocolo de Kyoto até 2017 (ele expiraria em 2012), mas também cedeu à pressão para negociar um novo acordo que obrigue todos os grandes emissores a fazerem cortes.
“É lamentável e é um tapa na cara dos esforços da comunidade internacional que o Canadá deixe o Protocolo de Kyoto num momento em que a reunião de Durban, como todos sabem, obteve um importante progresso ao garantir uma segunda fase de compromisso com o Protocolo”, disse Liu Weimin, porta-voz da chancelaria chinesa.
“Também esperamos que o Canadá encare suas responsabilidades e deveres, continue cumprindo seus compromissos e assuma uma atitude positiva e construtiva com relação à participação na cooperação internacional para responder à mudança climática.”
O ministro japonês do Meio Ambiente, Goshi Hosono, também lamentou a decisão canadense, e pediu ao governo do Canadá que a reconsidere, alegando que o Protocolo de Kyoto contém “importantes elementos” para o combate à mudança climática.
Já o negociador da pequena nação insular de Tuvalu, no Pacífico Sul, Ian Fry,foi mais direto em suas críticas, qualificando a atitude canadense como “um ato de sabotagem”.
Um funcionário do governo indiano disse que a decisão canadense pode colocar em risco os avanços conseguidos em Durban.
Pelo Protocolo de Kyoto, os grandes países emergentes estão desobrigados de realizar cortes nas suas emissões. Os EUA, que teriam cortes a fazer, desistiram do tratado antes de chegar a sancioná-lo.
(Reportagem de Chris Buckley e Sui-Lee Wee, Reportagem adicional de Risa Maeda em Tóquio, Krittivas Mukherjee em Nova Délhi e David Fogarty em Cingapura)
Fonte: Reuters
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