Izabella Teixeira anunciou esta semana a criação de um projeto que deveria conservar 220 espécies ameaçadas de extinção¹.
Alguns animais brasileiros ameaçados de extinção. Fonte: blog do Caio Pontes.
Esse plano prevê a conservação de 220 espécies, mas a lista vermelha contém 627. Ou seja, a maior parte dos animais em extinção da nossa fauna ficará de fora, pelo menos neste primeiro momento. As diretrizes deste projeto devem ser finalizadas até o fim do ano, e o maior tem previsão de ser concluido em 2014.
Casal de araras azuis. Fonte: Blogmail.
O Brasil vai sediar a Conferência Climática da ONU, em 2012. Aí está a explicação para a pressa em concluir os planejamentos, não podemos fazer feio. Os últimos presidentes vêm tentando a todo custo uma cadeira na Organização das Nações Unidas, isso é fato.
Outra preocupação do ministério é integrar as novas políticas nacionais de preservação aos estados. Cada governo terá que estipular individualmente regras para que a biodiversidade seja conservada. Segundo a ministra, a maior parte dos exemplares de espécies ameaçadas de extinção encontram-se em reservas nacionais.
Lobo-guará, o maior canídeo da América do Sul. Fonte: Portal São Francisco.
Os governos estaduais têm feito muito pouco ou quase nada em relação à preservação dos ecossistemas nativos de cada região. Fauna e flora vêm sendo degradadas em um processo cada vez mais acelerado, e só temos visto omissão por parte de todos os gestores. Dos municípios (salvo raríssimas e honrosas exceções) à União.
Um exemplo de negligência do poder público é o caso Beatriz Rondon. Enviamos emails para a OAB do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, para a Polícia Civil Judiciária de Mato Grosso, Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso, Corregedoria do Ministério Púbico de Mato Grosso do Sul, Procuradoria Geral Da República, em carta redigida pela ong Cadeia para quem maltrata os animais.
Nada foi feito, a latifundiária segue impune.
Tucano. Fonte: Cultura Mix.
O ministério também pretende incentivar o desenvolvimento tecnológico em conjunto com os trabalhos de gestão ambiental, para que um dê suporte ao outro. Uma boa oportunidade para os profissionais da área.
Mas em um ponto, Izabella perdeu a grande oportunidade de ficar calada: disse que as alterações do Código Florestal (uma violência à biodiversidade brasileira) servirão de maneira positiva para o cuidado com as espécies em extinção. Ela diz que os produtores serão incentivados a criar áreas de preservação em seus terrenos.
Como? Desmatando Áreas de Preservação Permanente, como topos de morros e encostas de rios? Provocando a erosão e a destruição completa de diversos ecossistemas essenciais à manutenção do equilíbrio natural?
Não podemos deixar que estas declarações escandalosas passem despercebidas. Vamos cobrar da Dilma que vete as alterações em nosso Código Florestal, atualmente um dos mais avançados do mundo. Retrocesso não!
Até amanhã, amigos!
Até amanhã, amigos!
¹ Fonte: EXAME.
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