Nesta quinta-feira, dia do solstício,
quando a luz do Sol não se apaga por 24 horas no Círculo Polar Ártico, o
Greenpeace começou uma corrida contra o tempo para transformar um dos
mais frágeis ecossistemas do planeta em santuário global.
Enquanto um gigantesco “urso polar” era
inflado nos céus do Rio de Janeiro, a organização aproveitou sua
participação na Rio+20 para anunciar uma campanha que deseja banir a
exploração de petróleo e a pesca predatória no Ártico. Animal símbolo
desta empreitada, o urso polar é uma das espécies que correm risco de
extinção com o derretimento do polo norte.
A exemplo do que ocorreu vinte anos
atrás com a Antártida, declarada santuário justo quando a indústria da
mineração avançava sobre seu território, a campanha do Greenpeace
pretende mobilizar cidadãos de todo o mundo para que a ONU aprove uma
resolução que torne o Ártico um território global. As poucas esperanças
de avanços durante a Rio+20, entretanto, fracassaram devido ao lobby dos
Estados Unidos, Canadá e Rússia – as três nações que possuem
territórios no Ártico.
“O Ártico está sob ataque por isso é
necessário que as pessoas se levantem para exigir sua proteção”, disse
Kumi Naidoo, que participou do lançamento da campanha no Rio de Janeiro.
“A proibição da exploração do petróleo offshore e da pesca predatória seria uma vitória importante para salvar esta preciosa região e para as populações nativas que lá vivem.”
A atriz Lucy Lawless, que deu vida ao
personagem da série “Xena, a Princesa Guerreira” também veio ao Brasil
para o lançamento da campanha. Em setembro, a atriz será julgada
juntamente com ativistas do Greenpeace por sua participação na ocupação de 72 horas de um navio de exploração de óleo da Shell. O navio rumava para o Alasca, onde, neste verão, iniciará a perfuração de poços de petróleo na região.
Mobilização
Além de Lawless, uma longa lista de
personalidades declararam apoio à campanha. Paul McCartney, Penelope
Cruz, Robert Redford, Pedro Almodóvar, Thom Yorke, Emily Blunt, Baaba
Maal, Javier Bardem, entre muitos outros, terão seus nomes escritos em
um pergaminho que em breve será enterrado no fundo do mar do Ártico,
quatro quilômetros abaixo do gelo. Uma bandeira demarcará o local exato
onde o pergaminho será colocado –um ato simbólico para declarar aquele
um território global.
Tendo inicio na Rio+20, a intenção do
Greenpeace é recolher milhares de nomes que também ficarão registrados
no pergaminho em apoio à proposta. Qualquer pessoa pode participar por
meio do site www.SaveTheArctic.org.
Uma das regiões mais inóspita do
planeta, o Ártico abriga um sensível ecossistema, já ameaçado pelo
aumento das temperaturas globais. A exploração de petróleo traz ainda
mais riscos, uma vez que um vazamento seria praticamente impossível de
se limpar. A Shell é a primeira grande empresa a definir o Ártico como
foco de suas atividades exploratórias. Se a empresa tiver êxito em suas
primeiras perfurações, teme-se o início de um corrida sem precedentes
pelas últimas gotas de óleo do planeta.
“Estamos desenhando uma linha no gelo e
dizendo aos poluidores: ‘Vocês não irão além’”, disse Kumi Naidoo. “O
Ártico é o refrigerador do planeta, que nos mantém mais frios ao
refletir a energia do Sol por meio da superfície de gelo. Mas se o gelo
de Ártico derreter, a vida e a subsistência em todos os continentes
estarão ameaçadas.”
Fonte: Greenpeace
Nenhum comentário:
Postar um comentário