Na noite de 6 de Dezembro de 2011,
quando o Senado aprovou o Projeto de Lei do novo Código Florestal
elaborado pelo Deputado comunista Aldo Rebelo, a bancada ruralista
celebrou a vitória.
Devido a aprovação do texto cerca de 30% das
florestas inundáveis da Amazônia e outras imensas áreas do país, se
transformaram em potenciais vítimas como consequência do possível
desmatamento de faixas de Áreas de Proteção Permanente que servem de
reguladores do ritmo hidrológico de todas as regiões.
Alterar o ciclo natural das águas
amazônicas pode afetar o clima de toda a America do Sul, tal como já
demonstrou o cientista Eneas Salati ao descobrir os “rios voadores”.
Edélcio Vigna, assessor político do
Instituto de Estudos Socioeconômicos denuncia que o “Código Florestal
promove uma festa de incentivos econômico-financeiros: pagamento por
serviços ambientais, novas linhas de crédito agrícola, programas de
conversão de multas, isenção de impostos para insumos e equipamentos e
anistia das multas ambientais”.
Já a ex-Ministra Marina Silva, afirmou
que “as avaliações são unânimes em dizer que foi o maior retrocesso no
arcabouço institucional das políticas socioambientais no Brasil desde a
Ditadura. Isso não é retórica para um projeto que anistia os
desmatamentos ilegais ocorridos até Junho de 2008, com perdão das multas
e desobrigação de recuperar o dano ambiental”.
O clamor popular nas ruas se fez ouvir
imediatamente: “Veta Dilma” foi o grito mais ouvido nos últimos dias. O
“Veta, Dilma” é um movimento articulado pelas organizações
ambientalistas nas redes sociais contra o novo Código. Teve como
porta-voz a atriz Camila Pitanga na entrega de um título Honoris Causa
ao ex-Presidente Lula, quando solicitou à Presidenta Dilma que vete o
Código aprovado pelo Congresso.
Na capa desta edição da ECO•21 optamos
por uma obra do artista plástico chinês Ai Weiwei. Trata-se da
instalação “Tree” feita no espaço Neugerriemschneider em Berlim, em
2011.
A árvore de Weiwei ilustra fielmente o
que poderá ser o futuro das florestas brasileiras: uma árvore como peça
de museu, o que já acontece com inúmeras espécies da fauna e da flora em
todo o mundo. É de esperar que a profecia do “Tree” de Weiwei não se
concretize no Brasil e que a Presidenta Dilma Rousseff vete o novo
Código Florestal tal como é o desejo dos grandes cientistas, biólogos,
ambientalistas, geógrafos, economistas e da sociedade civil brasileira.
Índice
Flávio Miragaia Perri – Contagem regressiva para a Conferência RIO+20
Flávio Miragaia Perri – Contagem regressiva para a Conferência RIO+20
Sérgio C. Trindade – A Conferência RIO+20: sucesso ou fiasco
Roberto P. Guimarães – “Houston, we´ve had a problem” rumo à RIO+20?
Ignacy Sachs – Por um Contrato Social Planetário
Ladislau Dowbor – Para entender a RIO+20: leituras sobre os desafios
Juan Somavia – Na Economia Verde o trabalho deve ser saudável
Ciro A. Rosolem – Calor inclemente e fome
Maria Cecília Wey de Brito – Para manter o Planeta vivo
Leonardo Boff – O Código Florestal precisa de um referendo popular
Sergius Gandolfi – O Código Florestal e a Lei Áurea da Princesa Isabel
André Trigueiro – O Código da “maioria”
José Eli da Veiga – Código Florestal “feito por maluco”
Lúcia Chayb – Entrevista com Samyra Crespo
Washington Novaes – A eólica avança no Brasil mesmo sem “estocar”
Gero Rueter – Energia eólica deve superar a nuclear no mundo até 2020
Regine Richter – Estudo revela problemas na usina nuclear Angra 3
Sophia Gebrim – Caatinga terá Carta na RIO+20
Fátima Chuecco – Guerra ameaça sobrevivência dos Gorilas das Montanhas
Luena Barros – Museu Goeldi lança o Censo da Biodiversidade
Carolina Gonçalves – Desertificação será discutida na RIO+20
45 Lana Cristina – ANA recomenda faixa de 30m nas margens de rios
46 Rogério Ruschel – Entrevista com Paolo Saturnini
50 Roselaine Wandscheer – Clube de Roma prevê problemas ambientais
Até amanhã, amig@s!
Fonte: Eco 21
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