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terça-feira, 5 de junho de 2012

A batalha pelo veto para salvar as florestas

Na noite de 6 de Dezembro de 2011, quando o Senado aprovou o Projeto de Lei do novo Código Florestal elaborado pelo Deputado comunista Aldo Rebelo, a bancada ruralista celebrou a vitória. 

Devido a aprovação do texto cerca de 30% das florestas inundáveis da Amazônia e outras imensas áreas do país, se transformaram em potenciais vítimas como consequência do possível desmatamento de faixas de Áreas de Proteção Permanente que servem de reguladores do ritmo hidrológico de todas as regiões.

Alterar o ciclo natural das águas amazônicas pode afetar o clima de toda a America do Sul, tal como já demonstrou o cientista Eneas Salati ao descobrir os “rios voadores”.

Edélcio Vigna, assessor político do Instituto de Estudos Socioeconômicos denuncia que o “Código Florestal promove uma festa de incentivos econômico-financeiros: pagamento por serviços ambientais, novas linhas de crédito agrícola, programas de conversão de multas, isenção de impostos para insumos e equipamentos e anistia das multas ambientais”.

Já a ex-Ministra Marina Silva, afirmou que “as avaliações são unânimes em dizer que foi o maior retrocesso no arcabouço institucional das políticas socioambientais no Brasil desde a Ditadura. Isso não é retórica para um projeto que anistia os desmatamentos ilegais ocorridos até Junho de 2008, com perdão das multas e desobrigação de recuperar o dano ambiental”.

O clamor popular nas ruas se fez ouvir imediatamente: “Veta Dilma” foi o grito mais ouvido nos últimos dias. O “Veta, Dilma” é um movimento articulado pelas organizações ambientalistas nas redes sociais contra o novo Código. Teve como porta-voz a atriz Camila Pitanga na entrega de um título Honoris Causa ao ex-Presidente Lula, quando solicitou à Presidenta Dilma que vete o Código aprovado pelo Congresso.

Na capa desta edição da ECO•21 optamos por uma obra do artista plástico chinês Ai Weiwei. Trata-se da instalação “Tree” feita no espaço Neugerriemschneider em Berlim, em 2011.

A árvore de Weiwei ilustra fielmente o que poderá ser o futuro das florestas brasileiras: uma árvore como peça de museu, o que já acontece com inúmeras espécies da fauna e da flora em todo o mundo. É de esperar que a profecia do “Tree” de Weiwei não se concretize no Brasil e que a Presidenta Dilma Rousseff vete o novo Código Florestal tal como é o desejo dos grandes cientistas, biólogos, ambientalistas, geógrafos, economistas e da sociedade civil brasileira.

Índice
Flávio Miragaia Perri – Contagem regressiva para a Conferência RIO+20

Sérgio C. Trindade – A Conferência RIO+20: sucesso ou fiasco

Roberto P. Guimarães – “Houston, we´ve had a problem” rumo à RIO+20?

Ignacy Sachs – Por um Contrato Social Planetário

Ladislau Dowbor – Para entender a RIO+20: leituras sobre os desafios

Juan Somavia – Na Economia Verde o trabalho deve ser saudável

Ciro A. Rosolem – Calor inclemente e fome

Maria Cecília Wey de Brito – Para manter o Planeta vivo

Leonardo Boff – O Código Florestal precisa de um referendo popular

Sergius Gandolfi – O Código Florestal e a Lei Áurea da Princesa Isabel

André Trigueiro – O Código da “maioria”

José Eli da Veiga – Código Florestal “feito por maluco”

Lúcia Chayb – Entrevista com Samyra Crespo

Washington Novaes – A eólica avança no Brasil mesmo sem “estocar”

Gero Rueter – Energia eólica deve superar a nuclear no mundo até 2020

Regine Richter – Estudo revela problemas na usina nuclear Angra 3

Sophia Gebrim – Caatinga terá Carta na RIO+20

Fátima Chuecco – Guerra ameaça sobrevivência dos Gorilas das Montanhas

Luena Barros – Museu Goeldi lança o Censo da Biodiversidade

Carolina Gonçalves – Desertificação será discutida na RIO+20

45 Lana Cristina – ANA recomenda faixa de 30m nas margens de rios

46 Rogério Ruschel – Entrevista com Paolo Saturnini

50 Roselaine Wandscheer – Clube de Roma prevê problemas ambientais

Até amanhã, amig@s!
 
Fonte: Eco 21

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