Há duas décadas uma garotinha canadense de 12 anos discursava perante autoridades mundiais, cobrando mudanças
nas atitudes e maior cuidado com as causas ambientais. Essa era Severn
Cullis-Suzuki, mais conhecida como “a garota que calou o mundo por cinco
minutos”.
A participação de Severn na Eco92 é lembrada até hoje e representa a
preocupação das novas gerações com o futuro de todos. Neste ano, a
canadense volta ao Brasil para participar da Rio+20 e dar continuidade
ao trabalho que vem desenvolvendo na área ambiental desde que ainda era uma criança.
O jornal Folha de S. Paulo conseguiu uma entrevista exclusiva com
Severn, que hoje é mãe de dois filhos, apresentadora de um programa
canadense e educadora ambiental. Durante a conversa ela explicou que a
oportunidade para discursar na Eco92 surgiu após um esforço feito por
ela e um grupo de amigas que formavam a ECO (Environmental Children’s
Organization). Juntas as garotas conseguiram arrecadar fundos com a
comunidade em que moravam, no Canadá, para que fosse possível viajar ao
Rio e participar do Fórum Global, em que elas foram inscritas como ONG e
aproveitaram a oportunidade para falar sobre meio ambiente com muitas pessoas.
Esta iniciativa fez com que a Unicef se interessasse pelo trabalho e
oferece uma oportunidade para que uma delas representasse a ECO em um
discurso às autoridades. Severn foi escolhida e as suas palavras
marcaram profundamente as pessoas presentes e ainda hoje emocionam quem a
vê através do vídeo disponível na internet.
Após 20 anos desde a preleção da canadense, muitas coisas mudaram.
Segundo ela, na década de 90 as questões ambientais foram deixadas de
lado. Nos últimos anos, devido às crises econômicas e à mudança
climática o assunto voltou a ganhar espaço e ser discutido. Além disso,
ela acredita que a facilidade com que as informações são compartilhadas
através da internet pode “inspirar a verdadeira mudança no século 21”.
No entanto, os sistemas econômicos mundiais ainda não refletem este
anseio por mudança. Severn ressalta o fato de que as economias são
mensuradas a partir do índice do Produto Interno Bruto (PIB) e isso
“pouco se reflete na qualidade de vida”.
Para a ativista, a chave para mudar este cenário é a mobilização. A
mudança parte de uma transformação na sociedade e na política. As
pessoas podem trabalhar individualmente para reduzir seus impactos na
natureza e ainda podem se tornar mais ativas política e socialmente,
cobrando ações, sabendo exercer os direitos e compartilhando
conhecimento e informação, para que possam ser ouvidas.
A entrevista é finalizada com Severn falando sobre a esperança para o
futuro. “Acredito que só o amor por nossos filhos possa virar a maré. A
questão do ambiente é o futuro deles. Temos de fazer a conexão entre
nossa vida hoje a suas vidas no futuro. Se nós, politicamente, fizermos a
conexão, mudaremos tudo. Eu tenho que acreditar nisso”, concluiu.
Com informações da Folha de S. Paulo.
Redação CicloVivo
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