A principal resolução do documento é
lançar um processo para a definição de Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável. Trata-se de um conjunto de metas que visa substituir os
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio a partir de 2015, incorporando
critérios socioambientais. A proposta das metas será feita em 2013, após
sua definição por um comitê técnico designado pela ONU.
Outra decisão para o futuro é criação de
um grupo de 30 especialistas para propor, em 2014, uma solução
inovadora para o financiamento ao desenvolvimento sustentável.
“O documento é uma base sólida para
trabalharmos não no imediato, mas com uma visão de médio e longo prazo”,
afirmou a jornalistas o chanceler Antônio Patriota, após a plenária que
aprovou o texto proposto pelo Brasil após três dias de consultas entre
países. Segundo Patriota, é a primeira vez na história da ONU que um
documento tem os três pilares do desenvolvimento sustentável — social,
ambiental e econômico — bem equilibrados.
“O documento é rico em potencialidades”, filosofou a embaixadora Maria Luiza Viotti, chefe da missão brasileira na ONU.
Ambientalistas, porém, criticaram a
falta de ambição do texto e o fato de que, em sua maior parte, o esforço
diplomático conseguiu apenas repetir os compromissos de 1992.
“Você entrou numa reunião no Rio em 2012
e saiu achando que estava no começo de uma reunião no Rio em 1992″,
resumiu Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace. “A conferência
não está entregando nada além de uma promessa de que até 2015 tudo
talvez possa estar resolvido.”
Um dos principais resultados esperados
pelo Brasil no texto acabou não saindo: a decisão de lançar o embrião de
um acordo para a proteção de áreas marinhas além de jurisdições
nacionais — que cobrem 50% da superfície da Terra.
Por pressão de uma aliança improvável
formada pelos tradicionais inimigos EUA e Venezuela, com apoio de
Cingapura e Japão, o texto sobre os mares foi “aguado” entre a primeira e
a segunda versão. Em vez de decidir lançar as bases para o acordo, a
Rio+20 decidiu que a decisão será tomada até 2015, no máximo, pela
Assembleia Geral das Nações Unidas.
“É como dizer para a sua namorada que em
três anos você vai decidir se vai se casar ou não”, criticou Sue
Lieberman, da ONG High Seas Alliance.
Até amanhã,amig@s!
Fonte: Folha.com
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