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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Índia apresenta crescimento na economia verde.

Apesar dos dados que apontam para a China como potência renovável, o país não é a única nação asiática que desponta no setor das energias limpas. Pelo menos é o que indicam as informações apresentadas nesta quinta-feira (2) por analistas da Bloomberg New Energy Finance (BNEF). Segundo os especialistas, a nova estrela da indústria renovável é a Índia, cujo “desempenho recorde em 2011 e o ímpeto para 2012 são pontos luminosos no firmamento da energia limpa”.


País vive aumento em investimentos em tecnologia limpa, além de apresentar dados de que cobertura florestal subiu 5%; futuras metas de sustentabilidade incluem despoluição do rio Ganges e proteção de espécies ameaçadas

De acordo com a publicação da BNEF, o país acumulou em 2011 US$ 10,3 bilhões no setor de tecnologias limpas, 52% a mais do que no ano anterior. Os investimentos solares aumentaram 700% e chegaram à casa dos US$ 4,2 bilhões no último ano, contra os US$ 600 milhões de 2010. Isso significou a instalação de 277 MW de capacidade, contra os 18 MW instalados em 2010. Para este ano, prevê-se de 500 MW a 750 MW em novas instalações solares.
Já a energia eólica mostrou investimentos ainda maiores: foram US$ 4,6 bilhões em 2011, e um recorde de 2,827GW de capacidade acrescentados neste ano, o que manteve a Índia em terceiro lugar em termos de novas instalações eólicas, atrás apenas da China e dos EUA. Para 2012, estima-se que sejam instalados entre 2,5GW e 3GW de energia eólica.
A Bloomberg acredita que o país vai ultrapassar sua meta de adicionar 12,4 GW de energias renováveis à rede durante seu 11º Plano Quinquenal, que vai de abril de 2007 a março de 2012, e deve conseguir atingir a marca de 14,2 GW de capacidade renovável instalada. E isso em um ano em que grande parte da economia mundial ainda está abalada pela recessão.
“Com os mecanismos de apoio caindo nos EUA, a atual crise financeira na Europa e a China já indo a todo o vapor, é gratificante ver alguns dos outros principais potenciais mercados do mundo ganhando vida. A Índia está firme no grupo de liderança e todos têm demonstrado  interesse  em ser parte do que está se desenrolando lá”, comentou Michael Liebreich, diretor executivo do BNEF.
“Havia preocupação no começo do último ano de que as taxas de empréstimos crescentes pudessem prejudicar os investimentos. Medidas políticas como a Missão Solar Nacional ‘Jawaharlal Nehru’ e o custo crescente da competitividade das energias renováveis fizeram deste [2011] um ano recorde”, complementou Ashish Sethia, diretor de pesquisa da Índia no BNEF.
Mas apesar do rumo que a tecnologia limpa está tomando na Índia, Sethia acredita que o país ainda terá que tomar algumas precauções se quiser que as renováveis se desenvolvam solidamente no país.
“O aumento na instalação de energias renováveis mostra que elas estão se tornando competitivas e adaptáveis, em um momento em que a Índia está se esforçando para atingir suas metas para a capacidade energética convencional. Para realizar esse ímpeto para as renováveis, os governos federal e estaduais terão que garantir quatro coisas”, observou o diretor de pesquisa.
“Primeiro, que as linhas de transmissão estejam disponíveis para projetos; segundo, que a rede possa lidar com um fluxo crescente de energia renovável; terceiro, que as obrigações de compra de renováveis sejam reforçadas; e quarto, que os desenvolvedores de projetos sejam pagos pela energia que produzem”, ponderou.
Crescimento florestal
Porém, não são apenas os investimentos em tecnologias limpas e energias renováveis que aumentaram na Índia. “Estou feliz em declarar que a cobertura florestal da Índia aumentou cerca de 5% entre 1997 e 2007, com uma pequena diminuição desde então”, comemorou Manmohan Singh, primeiro-ministro do país.
O primeiro-ministro, que se encontra na 12ª Conferência de Desenvolvimento Sustentável de Déli, declarou que o governo espera “ver mais acréscimo com a implementação da Missão Índia Verde, que objetiva aumentar a cobertura florestal e arbórea em cinco milhões de hectares e melhorar a cobertura florestal em outros cinco milhões de hectares”.
De acordo com o indiano, o aumento da cobertura arbórea fará com que ainda mais dióxido de carbono seja absorvido pelas florestas, o que pode levar a uma captura de 50 a 60 milhões de toneladas de CO2, que compensariam cerca de 6% das emissões anuais do país.
O governo da Índia pretende também colocar em vigor medidas para promover o desenvolvimento e o engajamento em gestão sustentável. Um dos resultados que já pôde ser percebido foi o aumento de 20% da população de tigres no país em relação a 2006, como mostrou o Censo de Tigres de 2011. “As lições aprendidas serão usadas também para conservar outras espécies ameaçadas”, enfatizou Singh.
Além disso, o país pretende criar um plano para tornar o rio Ganges livre de poluição. O primeiro-ministro concluiu sua declaração ressaltando que o estabelecimento da Autoridade Nacional da Bacia do Rio Ganges é um bom exemplo de que o governo está “testando inovações institucionais para proteger o rio sagrado”.

Até amanhã, amig@s!

Fonte: Instituto Carbono Brasil

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