Começamos 2012 com uma boa notícia: a substituição das sacolas plásticas descartáveis! Finalmente, em 25 de janeiro, entrou em vigor o acordo estabelecido entre a Associação Paulista de Supermercados (APAS) com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente que suspende a distribuição gratuita de sacolas plásticas descartáveis nos supermercados. A partir de agora, só é permitido o uso de sacolas reutilizáveis ou biodegradáveis.
Ficou definido em lei, que: “Sacola retornável seria aquela produzida em material durável e resistente, destinada à reutilização continuada. A biodegradável ou oxibiodegradável seria a sacola produzida com qualquer material que apresente degradação acelerada por luz e calor, e posterior capacidade de ser desintegrada em até 18 meses. O resultado da decomposição do material usado na produção deste tipo de sacola deverá ser gás carbônico, água e biomassa, e não poderá gerar resíduos que apresentem qualquer risco de toxidade ou ameaça ao ambiente”.
Muito bem! Uma ação gloriosa que ajudará a gerenciar os impactos ao meio ambiente, já que os bilhões de sacolinhas descartadas, por serem plásticas, simplesmente levam mais de 100 anos para se degradar.
Entretanto, tirar apenas a sacola plástica de circulação não é o suficiente. Ainda existe a necessidade de dar mais um passo a frente em todo esse processo. Da mesma forma que as embalagens plásticas descartáveis são prejudiciais para a sustentabilidade, as GARRAFAS PLÁSTICAS, principalmente as que embalam óleos comestíveis (de soja, milho, girassol ou canola), causam danos similares e até piores.
Não me canso de explicar o porquê disso: assim como as sacolas, as garrafas plásticas de óleo comestível também são difíceis de ser recicladas. Com as paredes da garrafa impregnadas de gordura, proveniente do óleo, seu processo de reciclagem é economicamente inviável.
E para se ter uma ideia da gravidade, testes feitos em laboratórios (ver abaixo imagem demonstrativa) mostram que 1 garrafa plástica equivale a 6 sacolinhas daquelas tradicionais que foram recentemente banidas.
O mercado nacional de óleos comestíveis consome anualmente aproximadamente 2,5 bilhões de garrafas de 900 ml.
A volta da lata como embalagem para este produto, equivaleria à retirada de 15 bilhões de sacolas plásticas do meio ambiente. Esta quantidade é a mesma a que o programa de substituição da sacola plástica implementado agora pela APAS e o governo do Estado de São Paulo se propõe a retirar ao longo de um ano.
A volta da lata como embalagem para este produto, equivaleria à retirada de 15 bilhões de sacolas plásticas do meio ambiente. Esta quantidade é a mesma a que o programa de substituição da sacola plástica implementado agora pela APAS e o governo do Estado de São Paulo se propõe a retirar ao longo de um ano.
A saúde humana também é afetada! Ao contrário do que ocorre com o óleo comestível envasado em lata, a garrafa plástica necessita, para aumentar sua vida de prateleira, do acréscimo de conservantes químicos, tais como o polêmico TBHQ, cujos rumores no mundo científico dão conta de que este aditivo é capaz de provocar o desenvolvimento de câncer em organismos submetidos à sua regular ingestão. Este conservante químico é usado para aumentar a vida útil do óleo pois, com a incidência de luz (natural ou artificial) na garrafa plástica que é transparente, ele estragará bem mais rápido, uma vez que a exposição do óleo de soja à luz acelera o processo natural de oxidação.
Alguns países que integram a União Européia não utilizam mais este conservante e o Ministério Público Federal no Brasil já apura a responsabilidade da Anvisa no processo que, contrariamente ao interesse da preservação da saúde humana, alterou os parâmetros de aceitação da qualidade do óleo comestível e viabilizou, de forma bastante precária, a utilização das garrafas plásticas.
Até quando vamos ficar de braços cruzados esperando uma atitude das autoridades fiscalizadoras?
É de causar perplexidade que algumas das maiores empresas do agronegócio do mundo tenham substituído a lata pela garrafa plástica e ainda adotem o slogan da sustentabilidade como bandeira.
Alternativa para as garrafas de óleo
Mas a população parece que está começando a tomar consciência. Não é à toa, que a Associação Brasileira da Embalagem de Aço (Abeaço) tem recebido consultas sugerindo o retorno das latas de óleos que, infelizmente, sumiram do mercado. Esta solicitação coerente tem uma explicação: ao contrário das garrafas plásticas, as embalagens de aço (latas) não necessitam de conservantes e, além de manterem o óleo protegido e mais “saboroso”, quando descartadas, levam aproximadamente cinco anos para se decompor, quando então retornam ao meio ambiente na sua forma original de óxido de ferro. Veja a imagem:
Mas a população parece que está começando a tomar consciência. Não é à toa, que a Associação Brasileira da Embalagem de Aço (Abeaço) tem recebido consultas sugerindo o retorno das latas de óleos que, infelizmente, sumiram do mercado. Esta solicitação coerente tem uma explicação: ao contrário das garrafas plásticas, as embalagens de aço (latas) não necessitam de conservantes e, além de manterem o óleo protegido e mais “saboroso”, quando descartadas, levam aproximadamente cinco anos para se decompor, quando então retornam ao meio ambiente na sua forma original de óxido de ferro. Veja a imagem:
Esta foto é de um estudo comparativo de degradação entre latas de aço e garrafas plásticas. É possível notar que a lata de aço, quando descartada na natureza, leva aproximadamente cinco anos para se decompor retornando ao meio ambiente em sua forma original de óxido de ferro. Já a garrafa plástica aparece praticamente intacta e, assim como as sacolas plásticas, leva mais de 100 anos para se degradar.
Neste contexto, cabe lembrar que foi criada a Associação Prolata Reciclagem, instituição sem fins lucrativos que visa reciclar embalagens de aço pós-consumo, e será a primeira no Brasil a trabalhar formalmente dentro das normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), promulgada pelo governo federal. O centro de reciclagem será inaugurado ainda neste ano e terá capacidade para receber diariamente até 20 toneladas de embalagens vazias, que serão classificadas, prensadas e enviadas para siderúrgicas transformarem o material em novas chapas metálicas para reutilização.
Da mesma maneira que a APAS e o governo paulista fizeram um forte trabalho de conscientização com as sacolas descartáveis, a ideia da Prolata é conscientizar a população sobre a reciclagem de embalagens de aço pós-consumo e estimular a coleta seletiva. Talvez, esta seja a largada de mais uma ação em prol do meio ambiente e da sociedade, que poderá abrir espaço para uma discussão mais ampla sobre a urgência em também tirar de circulação as perversas garrafas plásticas para óleos comestíveis.
Autora: Maria Roque
Matéria enviada pela Colaboradora Especial Gianna Xavier
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