Contrariando dados de pesquisas anteriores, inclusive do próprio Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), um estudo publicado na mais recente edição da revista Nature demonstra que a cobertura de neve na cordilheira do Himalaia continuou constante na última década. Porém, os próprios autores destacam que o degelo ocorreu em outras partes do mundo e que o aumento dos níveis dos oceanos é um problema real.
A cobertura de neve na cordilheira do Himalaia continuou constante na última década.Fonte: Montanhas Himalaia
O estudo “Recent contributions of glaciers and ice caps to sea level rise” é o primeiro a monitorar todas as geleiras e topos de montanhas do planeta com o auxílio de imagens de satélites. De uma forma geral, a pesquisa aponta que a contribuição do degelo das montanhas da Ásia para o aumento do nível dos oceanos é menor do que se estimava, mas salienta que esse resultado não deve diminuir a preocupação com o aquecimento global.
“Nosso trabalho e todas as outras pesquisas mostram que a quantidade de água indo para os oceanos é imensa. As pessoas devem continuar considerando o risco do aumento dos níveis dos oceanos”, afirmou John Wahr, da Universidade do Colorado.
Segundo o estudo, entre 443 e 629 bilhões de toneladas de água são adicionadas por ano nos oceanos como resultado do derretimento das geleiras por todo o mundo. Isto significa um aumento anual de 1,5mm no nível do mar. Além disso, o aquecimento dos oceanos, consequência da subida das temperaturais médias globais, seria responsável por mais 2mm de avanço nas marés.
A questão do degelo do Himalaia é uma polêmica antiga entre cientistas e inclusive levou a perda de credibilidade do IPCC, que afirmou em um de seus relatórios que o derretimento total da cordilheira aconteceria até 2035. Hoje se sabe que não há chances disso ocorrer.
“Precisamos entender melhor como funciona o degelo. Ainda é extremamente difícil fazer projeções baseadas apenas em poucos anos de observações. As variáveis, como as monções, podem fazer a massa do gelo se alterar em bilhões de toneladas de um ano para outro”, explicou Wahr.
Até amanhã, amig@s!
Autor: Fabiano Ávila – Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais
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