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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A fúria da natureza

O desastre foi anunciado há muito tempo. A catástrofe da região serrana do Rio de Janeiro foi causada por uma série de fatores já conhecidos há muito e, para variar, as autoridades colocam a culpa em São Pedro.



As vertentes das encostas são de grande inclinação. Uma camada muito fina de terra com vegetação, nesta área íngrime e com construções sem planejamento algum, chuva intensa, solo encharcado e lixo. Pronto. Está feita a fórmula da tragédia.

A principal causa de tantas mortes foi a incompetência dos gestores públicos. Faltou planejamento, fiscalização, vontade política, liberação de recursos e o mínimo de humanidade.

A geógrafa Ana Coelho Neto, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em entrevista a Paulo Henrique Amorim, do Record News, disse ter feito diversos estudos na região, e todos foram arquivados. O jornalista perguntou a ela qual desses estudos lhe deu a sensação de salvar vidas. A resposta, um pouco se jeito, foi: "Eu diria que está na gaveta". Ou seja, os governantes já estavam alertados há tempos.
 
Enquanto isso, na cidade de Areal, o prefeito Laerte Calil viu as águas subindo no rio que corta a cidade e teve a idéia de alertar a população. Teve apenas duas horas para fazê-lo, com um carro e um megafone. Foi esta a medida simples e barata, que evitou uma tragédia maior na cidade.
As pessoas ouviram o comunicado, saíram de suas casas e seguiram para um local seguro. Muitas vidas foram salvas.
Parabéns a este prefeito, verdadeiramente comprometido com o povo que o elegeu.

Já a prefeitura de Nova Friburgo tinha conhecimento do que poderia ocorrer desde 2006, e nada fez para conter o maior desastre climático do Brasil.

A grande questão é: como o poder público não se preparou, se já havia voluntários prontos para ajudar nesta tragédia? De quem é a responsabilidade? Nosso país é despreparado, e não tem planos eficazes para o combate a catástrofes naturais. O que ocorreu na Austrália foi bem pior, e pouquíssimas foram as vítimas. Lá havia planejamento.

Este é um recado da natureza, uma lição que ela nos dá.

Vamos ajudar os nossos irmãos de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e todos os lugares arrasados pela água no Brasil.
As doações podem ser entregues na BR 356, na saída para o Rio de Janeiro. Para maiores esclarecimentos, ou para registrar-se como voluntário, ligue para o número 3249-4200.

Colabore você também!










Impacto da tragédia em Nova Friburgo. Fonte: BondeBlogBrasil.






Um comentário:

Lívia disse...

Cris, o texto tá lindíssimo!
Temos mesmo que cobrar as autoridades, para que mais vidas não sejam ceifadas à toa.